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sexta-feira, 27 de março de 2015

Mais de 400 famílias atingidas pela cheia vivem em barracas

Rondônia - O Rio Madeira continua baixando e o nível chegou à marca de 16,78 metros, nesta quinta-feira (26), em Porto Velho, conforme a Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM). A cota está 22 centímetros a menos que a registrada na segunda-feira (23), quando o rio atingiu 17,02 metros. Cerca de 412 famílias foram atingidas na região do Baixo e Médio Madeira. Todos estão recebendo o apoio da Defesa Civil Municipal, com barracas, água potável e cestas básicas.

A média histórica para o dia é de 15,32 metros. Em 2014, quando aconteceu a cheia histórica, nesta mesma data, as águas atingiram 19,63 metros. Desde terça-feira (24), o nível do rio está reduzindo gradativamente.

Com o nível do rio diminuindo na área urbana, a Defesa Civil trabalha no apoio a 412 famílias atingidas com a cheia na zona rural, que compreende o Médio Madeira, em Belmont, Maravilha 1 e 2, Silveira, São Miguel, Niterói, Mutuns, Cujubim e Nova Aliança, e o Baixo Madeira, em Bom Será, Nazaré, Brasileira, Calama e vilas Maici e Papagaio, e Demarcação. Segundo a coordenação da Secretaria Municipal de Programas Especiais e Defesa Civil (Sempedec), o atendimento é realizado com a distribuição de água potável, cesta básica e barracas. As famílias estão em barracas na região do Médio Madeira.

Em São Carlos, apenas metade da população tem acesso à água tratada e a secretaria está atuando na distribuição de água potável no local. Já em Nazaré, região mais crítica, o nível do rio é maior e afetou toda a comunidade.

Dados hidrológicos
De acordo com a Defesa Civil, o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) afirma que o volume de chuvas no Beni não deve alterar a cota do Rio Madeira, mas ele pode subir novamente e atingir 17 metros, dentro dos próximos cinco dias, e voltar a reduzir novamente.

O aumento do nível pode ocorrer devido aos repiquetes influenciados pelas operações das usinas hidrelétricas. Segundo a coordenadora de operações do Sipam, Ana Strava, de terça-feira para esta quarta-feira, ocorreram chuvas localizadas e em pequenas proporções no Rio Guaporé e nas proximidades de Guajará-Mirim, com influência do Beni, que não foram suficientes para aumentar o nível dos rios. Os levantamentos mostram que as chuvas foram maiores no início de março e devem ser menores durante os próximos 15 dias.

Atingidos
De acordo com dados da coordenação da Defesa Civil, 190 famílias atingidas estão desalojadas em Porto Velho, morando em casa de parentes ou em residências alugadas. Segundo o secretário adjunto da Defesa Civil, José Pimentel, as famílias retiradas das áreas urbanas atingidas pela cheia do Rio Madeira preferiram alugar moradias com o auxílio social, ao invés optarem pelos abrigos. Apenas uma família da área rural está no abrigo montado em uma escola desativada, do outro lado da ponte, na BR-319.

Na capital, os bairros Nacional, Triângulo, Balsa, São Sebastião, Baixa União, Belmont e Milagres estão parcialmente alagados. Outros pontos do Centro também estão inundados pela água do Madeira. Segundo a Sempedec, cerca de 20 mil pessoas podem ficar desabrigadas com a cheia do Rio Madeira, em Porto Velho, este ano. Isso porque existem aproximadamente quatro mil famílias vivendo em áreas de risco, nas regiões central e rural da capital.

Cheia histórica
A marca histórica do Rio Madeira, até o momento, é de 19,74 metros, registrada em 2014. A cheia do ano passado atingiu principalmente os municípios de Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará-Mirim. Cerca de 97 mil pessoas foram afetadas pela enchente, sendo que 35 mil ficaram desabrigadas ou desalojadas.

Os custos para a recuperação total dos locais afetados foram estimados em R$ 4,2 bilhões, e o tempo necessário foi calculado em 10 anos.  Foto: José Pimentel **Fonte: G1

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