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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Homofobia: Em SP, gays são espancados por quinze homens no metrô

Guilherme Balza/Do UOL, em São Paulo /Divulgação
Raphael Martins, que ficou com hematomas nos olhos depois das agressões 
Um casal de homossexuais foi espancado por cerca de 15 homens dentro de um vagão do metrô de São Paulo na tarde do último domingo (9). As agressões ocorreram entre as estações Armênia e Luz, da Linha 1-Azul, por volta das 14h. 

Raphael Martins, 20, e Danilo Ferreira Putinato, 21, estavam sentados quando foram agredidos. Segundo Martins, eles estavam abraçados e trocavam beijos, como qualquer casal. A relação incomodou o grupo, que iniciou uma série de agressões contra eles. 

"Estávamos abraçados, trocávamos beijos normalmente. Eles entraram no trem, na estação Armênia, e logo começaram a ofender a gente, a pedir respeito e a nos obrigar a sair do trem. Ficamos quietos, sem reação", afirmou Martins, que trabalha como jovem aprendiz em um banco. "Fizeram uma roda em torno de nós e começaram a nos agredir. Eles se penduravam no ferro e nos chutavam", disse. 

As agressões só cessaram na estação Luz --duas depois da Armênia--, quando o casal conseguiu deixar o vagão. "Meu nariz quebrou e começou a sangrar. Eu pedi para sair da estação. Eles seguraram a porta do trem e ainda chutaram a gente para fora", afirmou Martins. 
Divulgação 
O casal Danilo Ferreira Putinato (à esq.), 21, e Raphael Martins, 20 
Segundo ele, não houve reação de nenhum outro passageiro --até pelo grande número de agressores. "A parte que a gente estava no vagão era dominada por eles. Nenhum dos passageiros fez alguma coisa." 

Assim que o casal deixou o vagão, foram atendidos por funcionários do Metrô, que os levaram até a Santa Casa de Misericórdia, em Higienópolis. De lá, os dois foram até a Delpom, delegacia de polícia do Metrô que fica na estação Barra Funda da Linha 3-Vermelha. O casal também foi ao IML (Instituto Médico Legal) para fazer exame de corpo de delito. 

A suspeita é que os agressores pertençam a uma torcida organizada. Segundo Martins, eles não vestiam uniformes de times ou torcidas, mas os funcionários do Metrô confirmaram que se tratavam de torcedores organizados "à paisana". No domingo, Corinthians e Santos se enfrentaram às 19h30, no Itaquerão. 

Além do nariz quebrado, Martins ficou com hematomas nos olhos, no braço e em outras partes do corpo, assim como o namorado. Ele disse que não é a primeira vez que é vítima de homofobia. 

"Já sofri alguns casos de homofobia. Há alguns meses, uma ex-colega de escola e o namorado, que é skinhead, estavam me perseguindo, mas não chegaram a me agredir. Até fiz boletim de ocorrência. Houve um caso que um skinhead nos viu em um restaurante na Vila Olímpia [zona oeste de São Paulo] e ficou nos esperando do lado de fora para nos agredir. Tive que pedir para o meu pai me buscar." 

As investigações estão sendo feitas pela Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), órgão da Polícia Civil. Os investigadores disseram a Martins que talvez seja possível identificar os agressores por meio de imagens das câmeras de segurança do metrô.

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