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domingo, 23 de novembro de 2014

Escola do crime: Brasil é o único país com "treinamento" para hackers

Todos sabemos que a internet no Brasil tem algumas peculiaridades únicas no mundo por conta da cultura que foi criada em volta da rede por aqui.

que você pode não saber é que essa cultura possui uma parte obscura igualmente peculiar. De acordo com o relatório “The Brazilian Underground Market” da Trend Micro, somos o único país do mundo que possui um comércio furtivo de “treinamentos” para cibercriminosos na web. 

Não se trata exatamente de cursos de “como hackear site A ou site B”, mas sim de um comércio de tutoriais e kits de ferramentas para novatos na área. Ou seja, qualquer pessoa com um pouco de conhecimento técnico, mesmo que não consiga construir suas próprias ferramentas, pode tentar realizar uma fraude qualquer na web brasileira. 

Em qualquer lugar 
O comércio desses tutoriais é tão intenso que a Trend Micro coloca essa característica como a que mais se destaca na deep web por aqui. Fora isso, não é só no “subterrâneo da internet” que é possível encontrar esses kits. Alguns são disponibilizados de graça e são divulgados em plataformas populares, como o Facebook e o YouTube. Os valores variam muito, mas os treinamentos para fraude bancária costumam ser vendidos por preços entre R$ 120 e R$ 1,5 mil. 

Entre as fraudes mais comuns, estão: páginas de phishing que tentam enganar usuários de internet banking e obter seus dados de acesso; malwares que alteram boletos de pagamento para direcionar o dinheiro para outras contas; venda de pacotes de dados de cartões de crédito e dados pessoais; e muitas outras. 

A Trend Micro nota que a grande maioria das fraudes no Brasil é de baixa complexidade justamente por serem cometidas por iniciantes que estão aprendendo a hackear por meio desses kits. 

Valores 
Os dados de cartões de crédito custam R$ 80 cada, e uma lista de números de telefone é vendida por R$ 750, com valores variando de acordo com o tamanho da cidade. Pacotes para aumentar likes e visualizações em plataformas sociais valem R$ 20, e geradores de boletos adulterados são comercializados por R$ 400. 

A situação parece bastante crítica e não há indícios de que os criminosos que comercializam essas ferramentas e tutoriais se intimidem pela possibilidade de serem rastreados pelas autoridades, uma vez, às vezes, nem se preocupam em esconder a própria identidade.  Fonte: TecMundo

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