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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Morales avança para a reeleição com a imprensa sob controle

“Na Bolívia há liberdade de expressão. O que não há é liberdade depois de se expressar.” A frase irônica é do senador de oposição Roger Pinto Molina, refugiado em Brasília há mais de um ano. O presidente Evo Morales, que já vislumbra uma vitória nas eleições deste domingo, construiu seu poder nestes oito anos de governo com base na riqueza produzida pelo gás, minério e agropecuária do país, mas também com quase a aniquilação da oposição: alguns chamam de forma irônica os que ficaram na disputa como “opositores domesticados”. Segundo a ONU, a Bolívia tem mais de 700 refugiados políticos no exterior.

. Segundo reportagem do jornal O Globo deste domingo, a hegemonia do líder do Movimento ao Socialismo (MAS) se estendeu também aos meios de comunicação. Às vésperas das eleições, é mais fácil ver uma reportagem policial sensacionalista na TV do que um analista político abordando a corrida presidencial. — Nas principais redes, Bolivisión e Unitel, já não há programas políticos — observa Raúl Peñaranda, autor do livro “Control remoto”, que analisa a estratégia do governo Morales para a imprensa.

Neste caso, não foi o confronto como fez o chavismo, na Venezuela, ou Rafael Correa, no Equador, ou mesmo o kirchnerismo, na Argentina. — O controle dos meios na Bolívia é muito mais sutil. Hoje, 80% dos meios estão em mãos privadas. Mas em poucos anos a direção editorial foi retirada dos grupos independentes — denuncia Peñaranda. — Por uma questão de censura ou autocensura, são poucos os que se atrevem a falar contra o governo.

. O próprio Morales reconheceu semanas atrás o desaparecimento gradual da imprensa independente. — Em declaração ao jornal “El Deber”, o presidente disse que quando chegou ao governo “80% ou 90% dos meios eram opositores”, independentes, diríamos nós. E agora restam “10% ou 20% de meios opositores” como ele diz — recordou Peñaranda. por Polibio Braga

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