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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

LEVY FIDELIX COBRA ATÉ R$ 400 MIL DE QUEM QUER SE DESFILIAR DO PRTB

Candidato controlaria o partido de forma a se manter no poder.

O candidato do PRTB à Presidência da República, Levy Fidelix, é acusado por ex-correligionários de controlar o partido que fundou nos anos 1990 como uma extensão de sua vida particular e de ter manipulado as três últimas eleições internas da sigla para se manter no poder do grupo político. Fidelix também está sendo acusado, na Justiça, de exigir a cobrança de 12 salários como multa a filiados com mandato ou cargo comissionado que se desfiliem da legenda no exercício do cargo. O caso ocorreu com o deputado federal Áureo Lídio (SDD). O PRTB exigiu dele cerca de R$ 400 mil quando ele saiu da legenda para se filiar ao Solidariedade.

— Isso acontece porque de vez permanecer no PRTB, tem gente que pulou fora para disputar a eleição por outro partido. Pessoas que deixam a fileira do PRTB com mandado tem que pagar 12 salários — justificou o advogado e dirigente da legenda Marcelo Duarte.

Duarte afirma que o partido está recorrendo da decisão judicial que desobrigou parlamentar da “taxa de exclusão". Sobre as acusações de manipulação, o advogado negou:

— Isso é briga de quem não tem o que fazer e não sabe o que quer. Perderam o prazo do recurso e não tem mais caminho na Justiça para contestação.

PARTIDO RECEBE R$ 1,6 MILHÃO POR ANO
As primeiras suspeitas sobre Levy Fidelix surgiram após a Convenção Nacional do PRTB de janeiro de 2012. No ano passado, uma ação movida por integrantes do partido em Brasília questionou a forma como ele havia conduzido o processo eleitoral que o levou mais uma vez ao comando da legenda.

O mandato para o qual Fidelix foi eleito em 2012 vale até 2016, com recondução automática autorizada até 2020, o que, na prática, garante a possibilidade de ele comandar por mais seis anos o partido, que recebe R$ 1,6 milhão por ano do Fundo Partidário.

Os ex-integrantes do PRTB o acusam de ter fraudado as últimas três eleições do partido. Segundo a acusação, há no diretório membros que não tinham filiação partidária confirmada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no período necessário para participar das eleições internas da legenda.

— É um feudo. Ele trata o partido como uma extensão de seus negócios. Controla sem transparência alguma todo o Fundo Partidário. Ninguém sabe onde é gasto o dinheiro. É uma “Cosa Nostra” — disse ao GLOBO um ex-aliado de Fidelix que pediu para não ser identificado.

A decisão liminar do juiz Daniel Felipe Machado segue pelo mesmo caminho. Entende que Fidelix mantém uma relação familiar e de controle absoluto dentro da legenda, usando todas as armas possíveis. “Mantendo o controle absoluto sobre o Diretório Nacional e sua Comissão Executiva, Levy Fidelix garante seu poder sobre a agremiação, afastando toda e qualquer posição democrática que possa (e deva) existir. Transforma uma instituição que deveria ser aberta e plural em ‘Cosa Nostra’ ”.

A acusação dos ex-correligionários mostra que a prática teria se repetido nos anos de 2004 e 2008. Há dez anos, cinco membros do diretório teriam sido eleitos sem terem se filiado ao PRTB no período exigido. Do grupo eleito para comandar a legenda, seis eram parentes de Fidelix. Em 2008, seriam sete em situação irregular e os mesmos seis parentes eleitos para ajudar o patriarca da família no partido.

O patrimônio de Fidelix foi de R$ 107 mil para R$ 649 mil em oito anos. No mesmo período, o Fundo Partidário pulou de R$ 35 mil para R$ 1,6 milhão. De 1992 para cá, o “pai do aerotrem” já foi candidato a vereador, vice-prefeito, prefeito (três vezes) de São Paulo, deputado federal (três vezes), governador (duas vezes) e presidente da República (duas vezes). Fonte: Renato Onofre/http://oglobo.globo.com/Foto: Fernando Donasci/Agência O Globo

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