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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Dezoito pacientes ficam cegos após realizar cirurgia em mutirão de cidade paulista

A sala de cirurgia esconde um mistério. Vinte e três pessoas com catarata passaram por ela em um mesmo dia com uma só esperança: voltar a enxergar como antes. Agora, 12 delas dizem que estão cegas de um olho. O mutirão da cirurgia de catarata aconteceu no dia 6 de agosto no Hospital Municipal de Barueri, na Grande São Paulo. A intenção da prefeitura era melhorar a visão de um grupo de moradores da cidade, a maioria com mais de 60 anos, que tinha a doença, mas ainda conseguia ler, escrever, dirigir e até trabalhar. Só que, depois da cirurgia, a vida dessas pessoas mudou para pior. A catarata é uma doença que acontece quando o cristalino, a lente natural dos nossos olhos, vai escurecendo e fica opaco. A cirurgia, considerada simples, consiste em trocar o cristalino embaçado por uma lente artificial. Segundo documentos da investigação do hospital, os problemas começaram ainda durante as cirurgias. Dezoito pacientes reclamaram de muita dor. Nos dias seguintes, o próprio médico que fez a operação, doutor André Vidoris, detectou um problema ainda mais grave: um ferimento na córnea em 20 dos 23 pacientes. Das 23 pessoas que fizeram a cirurgia da catarata em Barueri, o Fantástico conseguiu reunir 11 delas. Todas têm mais de 60 anos e tinham problemas sérios de visão. Fizeram a cirurgia na esperança de enxergar melhor. A maioria dos pacientes já se aposentou. Mas não era o caso do motorista Xisto Garcia Lopes, de 65 anos. “Quarenta e sete anos só de motorista, fazendo São Paulo - Rio. Estou pendurado. E eu não sou aposentado, eu trabalho ainda. Eu sei que eu pus um dedo, mas se você pôr aí, eu não vejo. Levei já uns quatro, cinco tombos. Quando eu pensei que estava no último degrau, estava faltando um para descer”, conta o motorista. Até o fim do mês passado, o Hospital Municipal de Barueri era administrado por uma organização social chamada Pró-saúde. A investigação da empresa descartou contaminação do material usado nas cirurgias. “Existe um processo biológico, um processo físico que mostra se esses materiais realmente estavam esterilizados. E nós temos essa comprovação de que os processos estavam validados, estavam ok”, diz Alba Lucia Muniz, da Pró-saúde. O dano na córnea dos pacientes foi causado, segundo o hospital, por um problema chamado síndrome tóxica do segmento anterior. (Globo)

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