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terça-feira, 5 de agosto de 2014

‘Se a crise não for resolvida, será um caos’, diz presidente das Santas Casas na Bahia

O Brasil possui 2,1 mil hospitais sem fins lucrativos, que são responsáveis por 51% do atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Mas a maioria das entidades filantrópicas corre o risco de fechar as portas por causa do subfinanciamento, que faz com que as instituições fechem as contas no vermelho. A crise, em nível nacional, foi denunciada pelo Fantástico deste domingo (3) e confirmada pelo presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia, Maurício Almeida Pereira. “Se a crise não for resolvida, será um caos”, alertou Pereira, que também é vice-presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB). Segundo ele, nos últimos quatro anos diversas unidades da Santa Casa do estado tiveram que fechar as portas, como as de Senhor do Bonfim, Nazaré das Farinhas, Conceição do Coité, Cruz das Almas e Santo Amaro, e outras entidades filantrópicas estão em vias de fechamento, como a Maternidade de Santo Amaro, único centro neonatal do recôncavo baiano. E a não resolução do impasse poderia gerar consequências graves para a população baiana. “A filantropia é responsável por 96% da assistência oncológica no estado e 85% das cirurgias de visão. Se essa rede hospitalar, como está quebrando uma a uma, o SUS entra em colapso”, advertiu. O presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (FESFBA).
O problema, de acordo com o presidente, é que muitas instituições dependem quase que exclusivamente do SUS, mas não recebem valores suficientes nem ao menos para cobrir os custos de operação. “Para se ter uma ideia, o orçamento que Santo Amaro tem para custear toda a estrutura e equipe pelo SUS gira em torno de R$ 80 mil. Mal cobre o pagamento dos funcionários e por isso o endividamento cresce”, explicou. A maioria dos órgãos filantrópicos baianos que conseguem, atualmente, manter as portas abertas só o fazem porque tiveram suas gestões transferidas para entidades de maior porte ou conseguiram outras fontes de renda. É o caso da Santa Casa de Miguel Calmon, que passou ao Hospital Português, e da Santa Casa de Salvador, que só se mantém em equilíbrio por causa de convênios particulares. “A operação do SUS é negativa e está sendo injusta com a Santa Casa porque diminui nossa capacidade de atendimento. Ao invés de investir em modernização ou repor equipamentos obsoletos, nós temos que ficar cobrindo os déficits do sistema”, reclamou o provedor da unidade da capital baiana, Roberto Sá Menezes. “Se um paciente precisar ser internado, nós recebemos no máximo três diárias. Se passar um mês, não é problema do SUS, você que tem que cobrir o prejuízo. Se eles pagam um real para o hospital, devem saber o que se pode fazer”, concluiu.

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