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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Pegar ebola em avião é quase impossível, dizem especialistas

Sara Haj-Hassan
Contágio: "Ebola não é uma doença transportada ou transmitida pelo ar", diz professor Fredi Quijano

Exame.com - São Paulo - Quem precisa viajar de avião em meio ao atual surto de ebola não deve ficar preocupado com o risco de contaminação. De acordo com especialistas, a chance de transmissão do vírus durante um voo é mínima.

A contaminação por ebola se dá por meio do contato direto do sangue com suor, saliva e outros fluidos de animais ou pessoas infectadas. Para o contágio acontecer, o vírus contido nesses fluidos precisa passar por áreas como olhos, boca ou feridas.

"Ebola não é uma doença transportada ou transmitida pelo ar", afirmou Fredi Quijano, professor de Epidemiologia da USP, em entrevista a EXAME.com.

Outro ponto importante foi apontado por Otília Luz, médica infectologista ligada à Fiocruz. "Há pouca chance de transmissão de ebola enquanto o paciente não manifeste os sintomas", afirmou a especialista em entrevista a EXAME.com.

Ebola
Quando contamina o ser humano, o ebolavírus causa febre, fraqueza intensa, dores musculares, vômitos e diarreias - entre outros sintomas. Além disso, o vírus fragiliza órgãos como fígado e rins.

Como não há tratamentos com eficácia comprovada, o que se faz hoje nos hospitais é isolar as pessoas com ebola e oferecer a elas as melhores condições possíveis para a recuperação.

Neste ano, está em curso um surto de ebola considerado o maior já registrado até hoje. Os casos estão concentrados na África Ocidental.

Congo, Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa estão entre os países que já registraram casos da doença - que chama atenção por causar um alto número de mortes.

"Já foram registrados mais de 2120 casos suspeitos, que resultaram na morte de cerca de 1150 pessoas. Ou seja, uma letalidade de 54%", afirmou Quijano.

Brasil
De acordo com Otília, o Brasil vem monitorando a epidemia desde março e há hospitais preparados para atender possíveis casos da doença em todas as capitais do país.

"Temos condições de oferecer um bom tratamento, diferentemente do que acontece nas tendas no litoral da África", afirmou a médica.

Entretanto, ela não acredita que o ebolavírus deva ser a principal preocupação dos brasileiros.

"A probabilidade de um brasileiro morrer de dengue grave hoje é muito maior do que a chance de alguém ser vítima de ebola", afirmou Otília.

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