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quarta-feira, 9 de julho de 2014

FT questiona efeitos eleitorais de derrota na Copa

É difícil pensar em uma humilhação maior na história desportiva do que o placar de 7 a 1 da Alemanha contra Brasil, ontem. Em reportagem publicada hoje, o jornal britânico Financial Times lembra que muitos times de futebol perderam por 7 a 1, “mas nunca o autoproclamado ‘país do futebol’, vencedor de cinco Copas do Mundo, anfitrião e favorito para o torneio, jogando em uma semifinal”. Para o estatístico norte-americano Nate Silver, citado pelo jornal, esse era o placar mais inesperado na história da Copa do Mundo, com base em classificações pré-jogo das equipes. Simbolicamente, na visão do FT, foi um final apropriado para os longos anos de boom econômico do Brasil. Mas, em termos desportivos, foi algo mais específico: o fim da tradição do futebol do Brasil. A frase “joga bonito” agora pode ser abandonada junto com clichês sobre “futebol e samba”, afirma. Segundo o período britânico, os brasileiros pararam de oferecer fintas, dribles e belos gols há muito tempo. Eles devem agora certamente perceber que o País precisa, mais rápido do que pensa, adotar um novo um estilo “mais europeu, mais alemão”, diz o FT. O futebol brasileiro precisa começar de novo também, idealmente, liderada por treinadores alemães, emenda o jornal. Para o FT, depois de os jogadores brasileiros choraram em campo, a presidente Dilma Rousseff deve se sentir perturbada também, antes das eleições de outubro. “Ela expressou sua tristeza pela derrota no Twitter”, lembra o jornal. “Não vamos nos deixar alquebrar (enfraquecer). Brasil, ‘levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima’”, escreveu ela, citando a letra do conhecido samba “Volta por cima”, de Paulo Vanzolini. No entanto, historicamente, não há correlação entre o desempenho do Brasil em Copas do Mundo e o desempenho nas eleições no mesmo ano. “Muitos têm mantido Dilma responsável pelo desperdício, gastos excessivos, mas organização relativamente boa do torneio”, afirma o FT. “A responsabilidade pelo 7 a 1 reside, em primeiro lugar, nos jogadores infelizes da Seleção e seu treinador sem imaginação Luiz Felipe Scolari, mas, de forma mais ampla, no futebol tradicional desatualizado do país”. Olívia Bulla, Agência Estado

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