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quarta-feira, 30 de abril de 2014

SALVADOR-BA: Hospital do Subúrbio mostra que o governo não precisa gastar mais para oferecer um atendimento de qualidade à população

JOSÉ FUCS, DE SALVADOR
EM RECUPERAÇÃO
O motorista Aderson Barreto Brito e sua mãe, Ademaura, num quarto da enfermaria do Hospital do Subúrbio. Ele sofreu uma cirurgia delicada na perna esquerda (Foto: Márcio Lima/ÉPOCA)

Hospital do Subúrbio, em Periperi, bairro pobre e violento da periferia de Salvador, é a maior prova de que é possível melhorar a saúde pública no país sem ter de gastar uma fortuna. Primeira parceria público-privada (PPP) do Brasil no setor de saúde, o Hospital do Subúrbio alia o melhor de dois mundos: é um hospital público, com atendimento gratuito, com a qualidade de um bom hospital particular. Construído pelo governo baiano, o Hospital do Subúrbio é administrado, operado e equipado pela iniciativa privada desde sua inauguração, em setembro de 2010. O melhor: seu custo é, segundo a Secretaria de Saúde da Bahia, cerca de 10% mais inferior ao de hospitais similares geridos diretamente pelo governo do Estado. “Administrar um hospital – pessoal, insumos, equipamentos – é algo complexo, que exige uma agilidade que o Estado não tem”, diz Jorge Oliveira, presidente da Prodal Saúde, empresa que ganhou a concessão do Hospital do Subúrbio por dez anos, num leilão realizado na BM&F Bovespa em março de 2010.
O pioneirismo da PPP do Hospital do Subúrbio coube, ironicamente, a um governo ligado ao PT – partido que, em campanhas eleitorais, opõe-se a privatizações de forma veemente. Mesmo correndo o risco de ser criticado por correligionários, o governador Jaques Wagnerdeixou de lado a ideologia e adotou uma atitude pragmática. Com o limite de recursos próprios, uniu-se à iniciativa privada. Ao final, não apenas reforçou a rede pública de hospitais de urgência e emergência em Salvador – que não crescia havia 20 anos –, como economizou o dinheiro que teria de usar para equipar o hospital. Esse investimento, R$ 30 milhões até agora e uma estimativa de outros R$ 30 milhões até o final do contrato, em 2020, foi todo feito pela concessionária. O Estado, responsável pela construção do prédio, gastou mais R$ 50 milhões na obra.

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