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sábado, 12 de abril de 2014

Planilha de ex-diretor da Petrobras cita empreiteiras

Planilha apreendida na Operação Lava Jato (Foto: Reprodução/Blog do Camarotti/Globo News)
REDAÇÃO ÉPOCA
Nomes de empreiteiras e seus executivos aparecem numa planilha apreendida em poder do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, suspeito de participar de um esquema de corrupção na estatal e alvo da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. O documento traz anotações que, desconfiam os investigadores, sejam pedidos de doação de campanha feitos por Paulo Roberto a fornecedores da estatal. O ex-diretor comandou a área de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, mantido graças a um consórcio formado pelos partidos PT, PMDB e PP. Há três semanas, ele foi preso acusado de destruir documentos. Mas não conseguiu dar um fim a tudo. A planilha com o nomes das empresas foi revelada nesta sexta-feira pelo Blog do Camarotti e faz parte de um pacote de outros papeis sob análise da polícia. Na edição desta semana, Época revelou o conteúdo de um deles: a contabilidade de comissões pagas ao grupo – propinas, suspeita a PF -- por gigante multinacionais que vendem combustível à Petrobras.

A planinha está dividida em três colunas. Em uma delas aparece o nome das empreiteiras Mendes Júnior, Iesa, Engevix, UTC/Constran e Andrade Gutierrez. Na coluna do meio está o nome do dirigente da empreiteira. Na terceira coluna, intitulada “observações”, o responsável pela confecção do documento escreveu observações como "está disposto a colaborar", "já está colaborando, mais vai intensificar + p/ campanha a pedido PR" e "já teve conversa c/ candidato vai colaborar a pedido PR".

A Andrade Gutierrez não quis comentar, pois o documento só "apenas informações públicas relativas à Companhia". A construtora doou R$ 64,6 milhões para campanhas políticas em 2010. Ela fez doações para nove partidos. A direção nacional do PMDB, com R$ 20,6 milhões, foi a mais beneficiada com os recursos da Andrade Gutierrez. Na sequência aparecem os comitês financeiros para a campanha a presidente da República do PSDB e do PT com R$ 16,3 milhões e R$ 15,7 milhões respectivamente. 

A UTC Engenharia afirmou "não reconhecer o documento e que não comentaria anotações de terceiros". Nas eleições de 2010, a UTC doou cerca de R$ 21 milhões, sendo R$ 5 milhões para a campanha da presidente Dilma Rousseff. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Mendes Júnior afirmou que "desconhece a informação (planilha com o nome da empresa) mencionada. A empresa informa que possui relações comerciais com a Petrobras como prestadora de serviços de engenharia". Nas eleições de 2010, a Mendes Júnior doou R$ 13,8 milhões para políticos de partidos variados. A maior doação, no valor de R$ 2,5 milhões, foi para a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT).

A Engevix informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "desconhece tal lista. Todas as doações realizadas pela companhia a partidos políticos são públicas, seguindo a legislação brasileira". Já a assessoria da Iesa disse que somente o presidente Valdir Lima Carreiro poderia comentar o caso, já que é seu nome que aparece na lista, mas que ele estava em vôo, com o celular desligado. Nas eleições de 2010, a Engevix doou R$ 1,7 milhão a campanhas eleitorais, sendo R$ 200 mil para a o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), R$ 1,3 milhão para o PT e R$ 200 mil para o PMDB. A Iesa foi mais generosa. Doou R$ 3,2 milhões a diversos candidatos e R$ 4,1 milhões aos partidos.

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