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domingo, 13 de abril de 2014

Curitiba é capital com mais carros por pessoa

Henri Bergius / Flickr / Creative Commons
Curitiba, no Paraná: a cidade que tem um transporte público considerado bom - diante da média do Brasil - é também a que mais recorreu ao transporte individual

São Paulo – Conhecida pelas soluções de transporte público, Curitiba é também a capital brasileira do transporte individual. A cidade tem 1,8 habitante para cada carro. Isso significa que se toda a população do município fosse colocada dentro de automóveis, cada um deles seria ocupado por menos de duas pessoas, em média (veja tabela completa ao final).

Essa taxa, similar a de países desenvolvidos – é muito próxima à da Austrália, por exemplo, a 10ª nação com mais veículos por habitante em lista do Banco Mundial – coloca a cidade do Paraná em 1º lugar entre as capitais do Brasil em termos de transporte motorizado sobre quatro rodas.

Pioneira no uso dos ônibus do tipo BRT (entenda o que são eles) na década de 70, o exemplo paranaense mostra a dificuldade do poder público em convencer os brasileiros a priorizar o ônibus (ou metrô, quando existente) em relação ao carro

No segundo e terceiro lugares no ranking elaborado por EXAME.com, aparecem Florianópolis eBelo Horizonte, com cerca de dois habitantes por veículo.

A conta usa os dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e a estimativa populacional do IBGE para 2013.

O resultado mostra a penetração desigual dos carros entre as capitais.

Enquanto a taxa de automóveis em algumas delas, notadamente no Sul e Sudeste, se aproxima à de países da Europa – próxima de dois habitantes por veículo - em outras, principalmente no Norte, esse número fica abaixo de cinco, apesar da expansão das vendas na última década.

A conta considera apenas automóveis e utilitários - de uso prioritariamente individual - e exclui caminhões, ônibus, micro-ônibus e motos.

Limitando-se a esta categoria, existem 45,9 milhões de carros hoje no país, uma média de 4,4 pessoas por veículo.

Automóveis
As cidades do país com tanto carro que deixam EUA no chinelo
No Brasil, existe um carro para cada 4 habitantes. Nos EUA, para cada 2,4 cidadãos. Pois nestas cidades brasileiras há um automóvel para cada duas pessoas (ou até menos)

São Paulo - Os Estados Unidos são popularmente conhecidos como a pátria do automóvel. Vários brasileiros viajam para o país e invejam as largas avenidas construídas para fornecer conforto a quem tem um carro. Pois algumas cidades brasileiras já deixam os EUA para trás em veículos nas ruas.

Entre carros e utilitários - automóveis de uso individual, portanto, o que exclui ônibus, caminhões e motos - os Estados Unidos têm cerca de 125 milhões de veículos (dados de 2011, do Banco Mundial).

Lá, para cada 2,4 pessoas, existe um carro. O Brasil não chegou a tanto: são 4,4 habitantes para cada automóvel de uso individual.

Nas cidades que você vê a seguir, porém, os carros já ganharam tal espaço que ultrapassam a média norte-americana.

Em São Caetano do Sul (SP), a cidade mais desenvolvida do Brasil, segundo a ONU - há um automóvel para cada 1,5 pessoa.

Todos os 25 municípios deste ranking estão no Sul ou Sudeste, onde a penetração de automóveis é maior hoje. Não à toa, as montadoras preveem grande expansão no acesso ao carro nas regiões Norte e Nordeste nos próximos anos.

Para a surpresa de muitos, a congestionada São Paulo não está na lista, apesar de ter a maior frota do país: cinco milhões de carros. Ela ocupa oficialmente o 34º lugar.

Segundo os dados do Banco Mundial, embora falemos aqui dos Estados Unidos, eles parecem não fazer jus à fama de país apaixonado por máquinas. Os EUA estão entre as três nações mais motorizadas do planeta apenas quando se levam em conta caminhões, ônibus e outros tipos de transporte (aí a frota deles duplica e se aproxima de um veículo por habitante).

No mundo dos automóveis individuais, vários países europeus aparecem na frente, como poderá ser visto a seguir na comparação entre as cidades brasileiras e estas nações (com dados de 2010, do Banco Mundial).

Os números municipais das frotas são do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), de dezembro de 2013. A estimativa da população é do IBGE, do mesmo ano.

Vale lembrar que, segundo especialistas, a comparação entre países não é tão simples.

"O número da frota está contaminado porque aqui no Brasil não se dá baixa nos veículos (após eles pararem de circular)", afirma Flamínio Fichmann, arquiteto e consultor de transportes. Ele lembra que nos EUA, por exemplo, isso é feito.

Veja a seguir as cidades brasileiras - entre grandes, médias e pequenas - onde a taxa de carro se assemelha à de países desenvolvidos.

Especialistas alertam que, embora a penetração de automóveis em algumas poucas cidades brasileiras seja próxima ou igual à média de países desenvolvidos, existem inúmeras variáveis que fazem o trânsito nacional ser, muitas vezes, sentido de maneira mais intensa.

Entre as causas, planejamento urbano ineficaz – longos deslocamentos entre casa e trabalho são usuais - e o uso considerado exagerado que se faz do veículo por aqui, em parte pelas más condições do transporte público.

É mais comum em países europeus, por exemplo, o hábito de ir ao trabalho de ônibus ou metrô e deixar o carro apenas para lazer no fim de semana ou compras à noite. 

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