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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Formigas tomam decisões em grupo, diz estudo

Do UOL, em São Paulo
Assim como você organiza as tarefas de seu dia, como ir ao banco, almoçar, retornar ao trabalho e estudar um idioma, por exemplo, animais também pensam em seu cotidiano de forma a organizá-lo e, muitas vezes, fazem isso de forma coletiva. Isso é o que afirma um novo estudo, conduzido pela Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, e divulgado nesta semana no periódico científico Biology Letters.

Os pesquisadores estudaram o comportamento de formigas e chegaram à conclusão que esses insetos muitas vezes mudam a ordem de suas atividades ao longo do dia denotando sofisticação na organização de tarefas e levando em conta preferências e necessidades.

Para chegar à afirmação, os cientistas Taka Sasaki e Stephen Pratt —ambos autores do estudo e com experiência na análise de animais formadores de colônias— realizaram o seguinte experimento: oferecer a uma colônia de formigas da espécie Temnothorax rugatulus, desabrigadas de seu formigueiro original, dois novos formigueiros com características distintas e ver por qual deles os insetos optariam.

Em um dos casos, o formigueiro tinha entradas com tamanhos variados; em outro, a exposição à luz era alterada artificialmente.

Isso estimulava as formigas a fazerem escolhas na busca pelo novo lar, já que, naturalmente, elas tendem a preferir ninhos com entradas pequenas e com baixo nível de intensidade de luz.

"É como acontece com seres humanos escolhendo um imóvel para compra. São muitas opções e variáveis a considerar, como tamanho, vizinhança e número de quartos, por exemplo. O processo é similar para as formigas, sendo quase impossível achar um formigueiro com tudo o que elas querem", pondera Pratt na divulgação do estudo.

Priorização e renúncia

Dessa forma, segundo o cientista, as formigas demonstraram um notável nível de inteligência ao avaliarem as possibilidades e limitações de seus novos formigueiros. De acordo com os dados da pesquisa, as formigas foram obrigadas a priorizar suas preferências e renunciar a alguns itens em nome de outras características, ordenando as escolhas.

Assim, os insetos demonstraram valorizar mais um novo formigueiro com menor exposição à luz em detrimento de um formigueiro com entradas menores, apontando a capacidade de consenso em decisão e priorização de necessidades.

"Tínhamos centenas de formigas e, de alguma forma, elas chegaram a uma decisão", diz Pratt. "Como elas fazem isso sem ter ninguém no comando dizendo o que tem de ser feito?", se pergunta o cientista, que planeja novas pesquisas junto a esses insetos de forma a, um dia, entender como algumas formigas tem a capacidade de liderar a colônia.

O objetivo de Pratt e Sasaki, ressalta o estudo, é conseguir aplicar esse conhecimento às relações humanas para que decisões tomadas coletivamente se mostrem tão fáceis para nós quanto o são para as formigas.

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