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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O encontro das águas

Como a água na nascente, desde os primeiros momentos de vida vamos criando nosso próprio caminho, entre pedras, rochas ou grãos de areia, mas ninguém o trilha com a mesma inclinação, velocidade, intensidade, quantidade ou transparência.

Dependendo do trajeto escolhido, podemos nos tornar cada vez mais limpos, ou sujos, turvos, destruindo a natureza por onde passamos, transportando raízes, galhos e folhas das nossas margens, mas com isso também alimentando aqueles que em nós vivem.

Os caminhos entre as rochas são mais difíceis, e quando escolhidos, em muitos locais vão criando a necessidade de um represamento, um volume maior, que gerará mais força e provocará o rompimento das barreiras existentes e uma agora grande velocidade.

O maior volume das águas, pernas ou braços, facilitará o rompimento dos próximos empecilhos, mas também criará a possibilidade de maiores destruições do que estiver em seu caminho, o que certamente sujará seu leito, seu interior e exterior.

Entretanto, escolhendo o caminho arenoso, durante o percurso iremos sendo filtrados, nos tornando cada vez mais transparentes, límpidos e de absorção mais fácil, prazerosa e saudável a todos que nos acompanham ou circundam.

O mesmo ocorre na vida, quando a cada distância ou etapa percorrida, novas águas vão se juntando às nossas, sujando-as ou tornando-as mais límpidas, e outras das que já nos acompanhavam vão sendo absorvidas pelo solo, ou se evaporando, deixando a terra.

A escolha do caminho a ser percorrido provoca consequências e influenciará outras, e assim sucessivamente, numa cadeia de erros e acertos que determinará o resultado final da existência dos que atingem o oceano e deixaram de existir isoladamente, passando a fazer parte de um universo muito maior.

Lá, a opacidade ou transparência das águas ou dos homens, não mais importarão, serão facilmente diluídas, absorvidas pelo mar ou pela terra, e já não poderão ser vistas isoladamente, farão parte, agora, de azuis infinitos.

Assim como o encontro das águas de dois rios gera um novo volume e consequentemente uma força muito maior, com maior capacidade de transportar as impurezas e também de alimentar todos os que carregam, quando duas pessoas caminham juntas e com os mesmos objetivos, possuem mais forças para superar as dificuldades e podem se ajudar, suportando suas dores com maior facilidade e dividindo entre si as alegrias das vitórias.   .

Mesmo quando cansadas diante de uma nova dificuldade, aquela que possui as pernas mais fortes, valentes, incentiva à outra a dar mais um novo passo, outro, e outro, fazendo-a, assim, alcançar seu destino final, seu objetivo.

No amor, a união de forças, dedicação e cuidados mútuos, com apoios físicos, morais e gestos de carinho, fazem o mais fraco caminhar ao lado do mais forte até a conclusão do trajeto de modo mais seguro, calmo, tranquilo e feliz.

Em sua procura passamos por diversas ladeiras, quedas, curvas, retas, momentos de calmaria ou agitação, mas sempre, com maior ou menor intensidade, continuamos a busca.

Como no amor, quando duas águas se encontram, o rio se torna um só e elas serão indivisíveis.

João Bosco Leal             www.joaoboscoleal.com.br

*Jornalista e empresário para o Tabocas Noticias (via email)

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