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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Celular reduz impacto de tiro e comerciante escapa da morte

Celular foi encaminhado à perícia com manchas de sangue da vítima (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Celular funcionou como escudo e salvou comerciante, diz polícia (Foto: Divulgação/Polícia Civil)Uma ligação do irmão e a mudança de um hábito ajudaram a salvar o comerciante Élio Ferreira, 60 anos, vítima de roubo em Três Lagoas, a 338 km de Campo Grande. Ele reagiu ao assalto, e o suspeito, ao fugir, atirou várias vezes. Um dos disparos atingiu o celular que estava no bolso da camisa de Ferreira. O impacto foi amortecido e o projétil perdeu força, mas acabou alojado próximo da caixa torácica.

Ferreira conta que, no dia do crime, mudou o hábito de deixar o celular no bolso da calça. “Eu faço entrega de cerveja, freezer, caçamba. Então, se deixar o telefone no bolso da camisa, cai toda hora”, conta. Enquanto jantava, recebeu uma ligação do irmão convidando-o para assistir ao jogo do Santos contra o Atlético Mineiro. “Depois que atendi, não quis levantar para colocar no bolso da calça, estava com prato na mão; coloquei no bolso da camisa mesmo”.“Na hora saiu muito sangue e eu imaginei coisa pior, senti fraqueza e pensei que ia morrer”, disse Ferreira ao G1. O roubo aconteceu na noite de 12 de junho, no rancho em que o comerciante mora com o filho, de 27 anos. Na segunda-feira (17), ele foi chamado à delegacia para tentar reconhecer os suspeitos detidos durante a investigação. O comerciante lembra que, na hora do assalto, os criminosos usavam capacetes. Por isso, não conseguiu identificar qualquer traço físico.

“Ele corria e atirava para trás, corria e atirava”. Um dos tiros atingiu o bolso da camisa de Ferreira. O suspeito conseguiu correr até onde estava o comparsa e os dois fugiram em uma motocicleta.Segundo o boletim de ocorrência, o comerciante relatou à polícia que ele e o filho jantavam no rancho quando ouviram o barulho de uma motocicleta se aproximando. O rapaz saiu para ver quem era e acabou sendo rendido por um homem usando capacete. Ferreira levantou-se e atirou o prato de comida no suspeito. “Pegou em cheio no capacete dele”. O filho da vítima correu para dentro do rancho, enquanto o comerciante tentou alcançar o suspeito.

'Eu me apavorei', diz vítima
Segundo o delegado responsável pela investigação, Ailton Pereira Freitas, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Polícia Civil, o celular salvou a vida do comerciante. "O aparelho amorteceu o impacto da bala que, caso contrário, teria atingido a região do coração", disse. O celular foi recolhido para perícia, e testemunhas estão sendo ouvidas pela polícia.

O delegado lembra que a conduta dele foi imprudente e que a vítima não deve reagir. “É importante que a pessoa tenha calma. No caso da vítima, ela reagiu e, por isso, houve o disparo”, afirmou.Ferreira reconhece que assumiu grande risco ao reagir. “Eu me apavorei porque o vi [o suspeito] com o revólver na nuca do meu filho, joguei o prato porque não tinha outra coisa na mão”, disse. Ele acha que, por ser conhecido na cidade, foi o alvo escolhido. “Sou comerciante, tenho conveniência também, não tenho inimizades, acho que é roubo mesmo”.

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