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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Ideologia e corporativismo não podem impedir contratação de 6 mil médicos

Muito tem sido dito sobre a contratação de médicos cubanos para suprir a falta desses profissionais principalmente no interior do País. Houve uma grita muito grande, mas que tem vários aspectos a serem observados. Os primeiros protestos surgiram por conta da qualidade do ensino de Medicina em Cuba, tendo como principal argumento o fato de no ano passado 182 médicos cubanos tentaram convalidar seus diplomas para exercer a profissão no Brasil mas somente deles foram aprovados, ou sejam, 10,9% deles estavam habilitados a exercer a Medicina por aqui. Os protestos aconteceram por causa da precipitação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de anunciar alguma coisa positiva em sua pasta, algo que não agradou a presidente Dilma. Para consertar, o Governo passou a informar que somente seriam contratados médicos cubanos que tivessem seus diplomas convalidados pelo Ministério da Educação;

Além desse detalhe que não pode ser desprezado, pois a qualidade dos contratados é algo indispensável, outros fatores provocaram os protestos. Para alguns, a escolha de cubanos tinha algo a ver com aspectos ideológicos em face das fortes ligações do Governo com o regime dos irmãos Castro; outros, no entanto, demonstraram claramente um viés de forte corporativismo no deseja de impedir que estrangeiros ocupem lugares que deveriam ser preenchidos por profissionais brasileiros. Nem uma nem outra forma de protesto se justifica. O que deve ser levado em conta é exatamente a qualidade dos médicos, somente isso. Quanto à nacionalidade, é mesmo puro corporativismo. Estudos mostram que dos mais de 5 mil municípios brasileiros existem cerca de 3 mil que não têm assistência médica. Onde estão, então, os médicos que o Conselho Federal de Medicina (CFM) diz existir? Nos grandes centros, que ninguém é de ferro;

As alegações do CFM vão de encontro com a realidade do País, que tem uma média de quase dois médicos para cada mil habitantes, quando a média preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é bem maior. Se existe sobra de médico, eles não estão nada interessados em se estabelecer nas regiões Norte e Nordeste, onde existe a maior carência deles. Agora o Ministério da Saúde anuncia que também pretende contratar médicos da Espanha e de Portugal, aproveitando-se da crise econômica que atinge a Europa, com destaque para os dois países, onde paira uma acentuada crise de desemprego. Seria como oferecer comida a quem está com fome;
Deixando de lado qualquer tipo de radicalismo em relação à medida, o certo que é que o Ministério da Saúde deve agir o mais rápido possível, uma vez que a assistência médica pública no Brasil não tem nada de primeiro mundo como um dia Lula disse. Como prova disso, o ex-presidente quando precisou se hospitalizar procurou hospital particular. E a necessidade de 6 mil novos médicos serve também como constatação de que a assistência médica, principalmente no interior do País, não está com boa saúde. por Airton Leitão

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