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domingo, 14 de abril de 2013

O RETRATO DA OPOSIÇÃO NO BRASIL


Os últimos acontecimentos que surgiram e desequilibraram a base governamental deveria ser um cenário de sonhos para qualquer partido de oposição. Os escândalos que abalaram e ainda abalam o governo, com demissões de ministros, inflação em alta, declínio na economia e uma presidente que às vezes nos parece fora do contexto, para a oposição seria, como dizemos popularmente: “um prato cheio”. Mas a oposição parece murcha diante das crises que assolam o governo da Presidente Dilma Rousseff, até agora não se aproveitou da ocasião para se posicionar e exigir esclarecimento por parte do governo de toda a situação que se alastra pelos órgãos governamentais. Essa passividade dos partidos que se dizem de oposição, tem dado ao governo a oportunidade de escapar relativamente incólume, o que lhes dá respaldo para renovar-se confiantemente em formar aliança e oposição centrista, que se encontra fora do poder há quase uma década e que pelas atitudes tomadas, nos parece que ficará longe de voltar ao governo ainda por muito tempo. "A oposição tem sido incompetente, na melhor das hipóteses. Está dividida e completamente divorciado do grosso da população”, falou Gustavo Fruet, outrora parlamentar do PSDB recém-migrado para o partido da coalizão governista PDT para concorrer a prefeito de Curitiba no ano de 2012.

Os partidos de oposição nas últimas eleições tiveram menos de 30% das cadeiras do Congresso isso significa que houve uma grande queda na sua conjuntura eleitoral, e a partir desse período tem só decaído, perdendo lideranças, sua unidade e mais assentos no Congresso, tendo em vista o número crescente de legisladores que desertaram para as bases governistas. Como resultado, Dilma tem sido capaz de fechar feridas em sua dividida coalizão e se concentrar em uma economia que sente o rescaldo da turbulência financeira global. Tudo isso dá ao PT e seus aliados, um livre percurso no próximo peito, tanto para os estados, quanto para a corrida presidencial de 2014. O PSDB tem um grande histórico na politica nacional, nos aos 90 com Fernando Henrique Cardoso, houve uma estabilização inflacionária e ao mesmo tempo reformas que atenderam as perspectivas do mercado econômico. Mas desde a perda do mandato para o ex-presidente Lula, o PSDB vem sofrendo para se conectar com a classe em rápida expansão que se beneficiaram do crescimento econômico e dos generosos programas sociais de Lula, que teve sucesso em apresentar seus antagonistas como elitistas que privatizariam estatais e apoiariam grandes corporações. 

Faltam lideres; pessoas que possam movimentar o eleitorado, que não aceitam os desmandos e corrupções do governo atual. A falta de lideranças carismáticas que possam arregimentar o povo são algumas das razões da hemorragia da oposição. O Prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, antigo filiado do DEM, após fundar a sua agremiação o PSD, que possui 50 deputados na Câmara e 600 Prefeitos, muitos deles de oposição declarada ao PT, já mostrou sinais de que apóia a colisão governista. O Partido Verde um opositor ferrenho do governo petista, que conseguiu colocar a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva em terceiro lugar na disputa presidencial passada, já não é mais oposição e estreita os laços com o governo de Dilma. Várias tentativas opositoras para deslanchar uma CPI da corrupção fracassaram. As duas únicas derrotas do governo --o código florestal e a taxação sobre transações financeiras-- foram devidas menos à oposição e mais aos parlamentares vira-casaca de sua coalizão. "Muitos legisladores da oposição estão resignados com o fato de que não têm votos para fazer nada significativo no Congresso", disse Cristiano Noronha, analista da consultoria política Arko Advice em Brasília. E por esse motivo calam-se e fica a espera dos acontecimentos. Sendo uma oposição apática que nada fazem, terminou por ter uma função: apenas aliviam os problemas apresentados pelo governo de Dilma Rousseff.

Texto de Maria José Gonçalves (Tia Nen) para a Coluna Tabocas.(via email)
Psicóloga formada pela Universidade Salesiana de Vitória do Espirito Santo.
tianenreis@hotmail.com

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