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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Imprensa é mantida longe de Lula


A assessoria de Luis Inácio Lula da Silva não tem medido esforços para manter a imprensa distante do ex-presidente. Longe do Brasil, Lula está na Europa desde que Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, mulher de confiança do ex-presidente, foi indiciada por corrupção, tráfico de influência, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

As medidas de isolamento — lembram um bizarro cordão sanitário com seguranças nervosos — aumentaram desde terça-feira, 11 de dezembro, quando O Estado de São Paulo revelou detalhes do depoimento do publicitário Marcos Valério à Procuradoria Geral da República.

O operador do mensalão e condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 40 anos de prisão, declarou que o dinheiro do esquema – que comprou voto de parlamentares do Congresso Nacional entre 2003 e 2005 – também serviu para pagar “despesar pessoais” do ex-presidente e que Lula deu “ok” para os empréstimos com os bancos BMG e Rural que viriam a irrigar o esquema.

empresário mineiro afirmou também que foi ameaçado de morte por Paulo Okamotto, o presidente do Instituto Lula que junto com a Fundação Jean Jaurés co-organizou em Paris, o Fórum do Progresso Social. Lula foi convidado de honra do evento com lugar de destaque na abertura e encerramento, quando discursou.

Até que detalhes do depoimento de Valério tornarem-se públicas, as poltronas para os jornalistas eram próximas do palco. Desde então, o lugar reservado a imprensa passou a ser uma área vigiada por seguranças, no fundo do auditório.

Lula fez um discurso a seu estilo, no qual os ingrediente demagógicos são conhecidos de cor nos mais fundos rincões do Brasil. O show ainda é novidade em Paris.

Divertiu a platéia com tiradas jocosas e chegou arrancar aplausos quando disse que não entendia por que a ONU de 1948 conseguiu criar o Estado de Israel e a ONU de 2012 não consegue proclamar o Estado Palestino. Jactou-se ao relatar que rodou o mundo inteiro.

“Fui até no Timor Leste, embora sem saber bem o que fazer lá”, confessou.

Lula continua orador verboso sobre suas histórias. A novidade agora é dizer que seu “câncer não foi 100% curado” o obriga tomar mais água, senha para o amigo Paulo Okamotto subir ao palco com uma garrafinha de mineral.

No que diz respeito as acusação de Marcos Valério, o ex-presidente continua lacônico. Terminada a fala que durou uma hora e 20 minutos, driblou a imprensa cercada por seguranças, e saiu pelos fundos.

Antes de voltar para São Paulo, na sexta-feira, 13 de dezembro, Lula fará escala em Barcelona. “Coisa rápida”, diz o assessor José Crispiano que se joga em último recurso, de corpo e alma, entre os jornalistas e seu chefe. Isso nos momentos em que, aparentemente, se considera a Cruz Vermelha – pelos modos gentis, está mais para a Sétima de Cavalaria.

Na capital da Catalunha, o ex-presidente receberá o 24º Prêmio Internacional do governo autônomo espanhol que recentemente se declarou falido. Lula irá recolher 80 mil euros e uma escultura de Antoni Tàpies. Um jornalista telefonou para saber qual era a agenda do ex-presidente na segunda maior cidade do reino de Juan Carlos.

Foi informado que a assessoria de Lula havia dado instruções que agenda do ex-presidente era fechada. Sabe-se lá o que isso quer dizer. 
Antonio Ribeiro, Abril.com

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