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domingo, 23 de setembro de 2012

SP: Ex-socialite do interior de SP vive em casa emprestada

Marilda Marisa Bertochi, 69, que pertenceu à elite de Ribeirão e hoje vive em uma casa emprestada
Depois de viver por um ano num barraco no terreno da casa dos pais, a ex-socialite de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) Marilda Maria Bertochi, 70, está agora sob um novo teto. A casa emprestada é simples e não tem nenhum luxo --nem de longe lembra aquela em que viveu por décadas, até ser demolida por risco de desabamento, em 2010. Antes de se acomodar no local, ela passou por uma situação que prefere esquecer: em abril, a dois dias da comemoração de seu aniversário, Marilda foi internada no Caps (Centro de Atenção Psicossocial). "Disseram que eu estava maluca, conversando sozinha e jogando bolinha de papel para cima", diz. Marilda ficou cerca de 20 dias internada, até conseguir provar que não tinha nenhum problema psiquiátrico. "Eu driblava todo mundo para não tomar remédio, joguei tudo fora", afirma. Uma vez, chegou a gritar por socorro perto da janela do centro de atenção, para evitar a aplicação de medicamento por injeção.


DECADÊNCIA ECONÔMICA

 No ano passado, a elite de Ribeirão se surpreendeu com a notícia de que Marilda, de família tradicional rica, vivia em condições precárias, em um barraco no terreno onde antes havia sua própria casa. Ela afirma que, na época, foi procurada por dezenas de conhecidos da alta sociedade --a maioria, no entanto, apenas por curiosidade. "Decidi morar daquela forma para mostrar a toda a sociedade que estava abandonada pelos meus irmãos", diz. Marilda trava uma disputa judicial por conta da herança deixada pelos pais. Ela afirma que também briga com o ex-marido, dono de um grande laboratório de Ribeirão, pelo pagamento da pensão de R$ 1.000. Marilda é 16 anos mais nova que o ex e se casou após cinco anos de namoro, que começou quando ela ainda era adolescente, com 15 anos. O matrimônio acabou depois de nove anos porque ela se sentia sozinha. "Não tínhamos diálogo. Eu conversava mais com meus empregados que com ele", afirmou.

FESTAS E GLAMOUR 

Para tentar suprir a carência, Marilda, que fazia faculdade à época --formada em filosofia e pedagogia, ela quase concluiu o curso de direito--, passou a dar festas. Quando se divorciou, tinha 29 anos. A partir daí, decidiu "aproveitar a vida". "Namorei muito. Tive muitos pedidos de casamento, mas eu avisei meu pai [Luiz Bertochi, morto em 1977] que iria aproveitar a minha vida", diz. E, nos dez anos seguintes, foi o que ela fez. Entre os namorados que teve --todos da classe alta, diz ela-- Marilda se recorda de um português, ex-assessor político, que conheceu na capital paulista. O namoro com o português, cujo nome ela prefere manter sob sigilo, foi como um conto de fadas: ela frequentava, semanalmente, o luxuoso restaurante Terraço Itália, tinha motorista à sua disposição e se hospedava no Copacabana Palace quando ia ao Rio de Janeiro. Mas após oito meses, Marilda quis voltar para Ribeirão. "Fugi. Meus pais me criaram para ser livre e voltei". Da roda de amigos de Marilda, figuraram o ex-prefeito Antonio Duarte Nogueira, morto há 22 anos. A ex-rica, que diz ter sido amiga íntima do político, afirma que, quase diariamente, ia durante a tarde tomar café com Nogueira no Palácio Rio Branco, sede da Prefeitura de Ribeirão Preto. SAUDADE De tudo o que viveu, Marilda diz que sente falta apenas dos pais, que morreram em decorrência de câncer. Filha caçula de quatro irmãos, ela afirma que cuidou dos pais e gastou toda a sua parte da herança em medicamentos, médicos particulares e demais atendimentos que foram necessários. Hoje, vive com a pensão e de doações, mas diz que quer ir embora de Ribeirão. "Eu não me arrependo de nada do que fiz. Dinheiro é bom, traz conforto, mas não dá para ser escrava dele." Da Folha.com

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