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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O IMPRESCINDÍVEL DIPLOMA

 Por Humberto Pinho da Silva
 No final do século XX, entrevistei jovem deputado que começava a evidenciar-se pelo dinamismo.

Após telefonema, para marcar hora e local, ficou combinado encontramo-nos em cafetaria, onde este costumava tomar o cafezinho matinal.

Ia a entrevista animada, quando lhe lembrei a intensa actividade, em prole da cidade que o viu nascer. Começou, então, a narrar o seguinte:

Devido à juventude e ao facto de não possuir curso superior, sentia dificuldade em ser aceite no parlamento, até no próprio partido.

Sempre que abordava questão com alma, logo havia quem lembrasse que faltava-lhe experiência e conhecimento para desertar sobre o assunto.

Para ser respeitado e as ideias terem peso e pernas para andarem, precisava de obter grau académico, que lhe permitisse ser chamado de “doutor” ou “engenheiro“.

Iria frequentar, brevemente, a universidade, matriculando-se num curso que fosse de interesse para a vida política, já que sentia que podia ser útil à sociedade e à Pátria.

Ao conhecer que políticos portugueses haviam obtido licenciatura, por meios pouco claros, lembrei-me desse jovem deputado e da dificuldade que sentia no parlamento e no seio do próprio partido.

É que se dá mais valor a titulo universitário, que ao conhecimento da matéria; aqui reside a razão porque se busca, a todo custo, obter diploma, que ateste talento e capacidade de iniciativa.

Lembrei-me abordar o assunto, após ter lido a crónica de Marinho Pinto - bastonário da Ordem dos Advogados, - referindo-se à formatura de Relvas e Sócrates, e daqueles que criticam a leviandade de certas Faculdades.

Sugere o jurista: “ Seria bom saber quem são as figuras públicas que em 25 de Abril de 1974 obtiveram cursos superiores com passagens Administrativas dadas por professores aterrorizados pelos próprios beneficiários dessas passagens    A Venda de Cursos Superiores” -  “JN” 20/07/12.

Já agora – por que não? - conhecer, igualmente, os que, habilidosamente, por meio de sindicatos, partidos políticos, associações secretas ou não, alçaram lugares  de relevo, nas empresas, à custa, daqueles que, ingenuamente, lhes serviram de escada?

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