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domingo, 16 de setembro de 2012

Horário eleitoral gratuito (?) não é nada democrático


Alguém comentou recentemente que nunca viu ou ouviu qualquer tipo de elogio ao  horário eleitoral gratuito (?) que acontece nos anos de eleição. Além de aparecerem eleitores com imagens e nome bizarros, ainda passamos pelo dissabor de assistir verdadeiro show de desconhecimento das funções dos cargos a que concorrem, em especial por parte do candidatos a vereador. Além também de promessas de algo que nunca irão realizar, ainda existem os que anunciam ações, se eleitos forem, que não são de sua competência ou alçada. Prometem tomar atitudes que são exclusivas do Chefe do Executivo Municipal, o prefeito, e muitos 'invadem' as esperas estadual e federal. Esquecem que lhes cabe legislar e fiscalizar as atividades do Executivo. Na verdade, uma grande maioria dos candidatos está mesmo é a procura de um emprego bem remunerado na maioria das vezes, além das mordomias que muitas câmaras municipais dispõem para os eleitos;
Outra coisa que é bastante descabida no tal horário gratuito é a distribuição de tempo para cabe a partido. No Rio de Janeiro, por exemplo, o candidato Cyro Garcia, do PSTU, reclama que seu partido dispõe de míseros 30 segundos, enquanto outro tem direito a mais de 16 minutos na tela da TV (no caso, Eduardo Paes, do PMDB). Essa, por exemplo, é a única fala coerente de Cyro Garcia, visto que ele chama a eleição de uma farsa, não justificando, portanto, o que está fazendo nela como candidato. Quanto à distribuição de tempo, há, sim, uma total falta de democracia. O certo que todos os candidatos tivessem o mesmo tempo para expor suas ideias. Seria mais democrático. Essa legislação é que provoca a criação de quase 40 partidos, que existem apenas para 'vender' seus segundo de tempo na TV, provocando alianças esdrúxulas como a tão criticada entre Lula e Paulo Maluf, para tentar alavancar a candidatura do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo;
Também no tocante às candidaturas a vereador, não é nada justo que uns apareçam na tela da TV por frações de segundos enquanto outros podem aparecer fazendo verdadeiros 'discursos' para tentar angariar votos. A distribuição do tempo também deveria ser igualitária. A justificativa de que o horário gratuito (?) inibe o uso do poder econômico nas campanhas é totalmente mentirosa. Podemos observar que no tempo de um mesmo partido, candidatos a vereador aparecem em slides enquanto alguns dispõem de tempo para falar e expor seus projetos. É lógico que esse tempo extra não foi nada grátis. Mas tudo aqui argumentado não passa de uma ilusão. É mais do que certo que tal modificação é até certo ponto totalmente utópica, pois sua realização depende daqueles que se beneficiam da forma como hoje acontece.
 por Airton Leitão 

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