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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Fabricantes de cerveja já repassam imposto maior


Agência Estado
Os alimentos vêm sendo apontados como os vilões da inflação ao consumidor nos últimos meses. Entretanto, as bebidas também estão pesando mais no orçamento das famílias. O avanço foi superior ao do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado sugere uma antecipação do aumento de impostos sobre o produto.
Nos últimos 12 meses, a cerveja consumida dentro de casa ficou 12,97% mais cara, enquanto a cerveja consumida na rua subiu 12,58%. O avanço representa mais do que o dobro da inflação oficial no período, que acumulou uma alta de 5,24%, informou o IBGE.
“As cervejas têm aumentado muito. Parece que houve uma antecipação do aumento do imposto”, avaliou Irene Machado, técnica da Coordenação de Índices de Preços do instituto.
Irene refere-se ao aumento de impostos determinado por decreto publicado em 31 de maio no Diário Oficial. À época, os fabricantes calcularam que a mudança no método de cálculo do IPI e do PIS/Cofins incidentes sobre cervejas e refrigerantes resultariam em uma elevação de 27% nos impostos sobre a cerveja e de 10% sobre os refrigerantes.
“É o maior aumento de imposto da história do País. Nunca houve um aumento de imposto tão grande”, disse Alexandre Loures, diretor de Comunicação da Ambev, que detém 68% do mercado brasileiro de cerveja.
Nova tabela
A nova tabela de cálculo passa a vigorar em outubro, mas os fabricantes já começaram a repassar os custos maiores com os tributos. No Rio de Janeiro, um restaurante decidiu acalmar os ânimos dos frequentadores aborrecidos com o aumento na garrafa de cerveja, que saiu de R$ 7,00 para R$ 9,00, com cartazes colados no estabelecimento que creditavam o encarecimento a um reajuste de 18% no produto praticado pela Ambev.

Os avisos tiveram repercussão entre os clientes e a cervejaria acabou negociando com a casa um aumento menor, segundo funcionários do lugar.
A Ambev nega que tenha praticado um aumento de 18% em qualquer uma de suas marcas de cerveja. Mas a empresa confirmou que espera aumentar em 10%, em média, o preço do produto este ano, sendo que 5% seriam apenas do repasse dos impostos mais altos. Desde junho, a Ambev já aumentou em 7% o preço da cerveja. Os outros 3% serão repassados até o fim do ano.
“Conforme já havíamos anunciado, o aumento do imposto implicará em um aumento de 5% na cerveja. Mas também costumamos repassar nessa época do ano as perdas com a inflação. E agora ainda tem a pressão do câmbio, que, com o dólar subindo, aumenta muito os custos com os nossos insumos importados, como malte e lúpulo”, explicou Loures.
A Agência Estado procurou os demais grandes fabricantes de cerveja do País para comentar os aumentos nos preços da bebida. O Grupo Petrópolis informou que não comenta suas estratégias em relação a preços ou impostos. A cervejaria Heineken também se negou a comentar reajustes de preços, enquanto a Schincariol não deu retorno à demanda da reportagem.

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