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sábado, 8 de setembro de 2012

A ponte quebrada


Dói-me ver as injustiças sociais. Angustia-me continuar a assistir o descaso com que os agentes públicos (governos) e políticos tratam a sociedade mais carente no Brasil. Não se fortalece a infraestrutura básica social – Educação, Saúde, Segurança, Habitação, Desemprego etc. -, mas o governo e os políticos se preocupam muito com a macroeconomia, e se esquecem de fazer o dever de casa, onde cidadãos brasileiros ainda vivem de forma rudimentar em pleno século 21.
Realmente, a gente tem que duvidar da seriedade de nossos políticos e governos. Temos um inchado e inoperante Congresso Nacional, que não se preocupa com as mazelas sociais, ou seja, com o que está ocorrendo com a sociedade carente por todo o rincão brasileiro. Mas para fazer política mesquinha, estreita, de interesse pessoal ou de grupos que representam, os ditos ilustres parlamentares são muito hábeis. Agora mesmo, estamos assistindo deputados e senadores eleitos, em pleno exercício de mandato, interromperem as suas obrigações parlamentares para disputar as eleições municipais, ou para ajudar as campanhas políticas de seus correligionários candidatos. É só com politicagem que eles se preocupam. Enquanto isso, a realidade brasileira - desconhecida no resto do mundo - dos descamisados, dos desassistidos, dos infortunados e dos que não tiveram a sorte de ser político para desfrutar as benesses públicas contrasta com o status opulento dos congressistas e de nossos governantes, que fingem combater a miséria nacional e não dão a devida atenção, por exemplo, ao problema educacional brasileiro.
A educação nacional, verdadeiramente, é tratada apenas sob o prisma da propaganda política: Universidades para Todos, Cotas Raciais, deixando-se de fortalecer a escola pública com ensino básico de alta qualidade, que nivele cidadãos em competência independente de estrato social ou de cor da pele.
Veja o autêntico retrato do Brasil, que se questiona. Recentemente, a televisão apresentou cena patética da forma como o poder público – políticos e governos –trata a questão educacional. Na zona rural de Brasília - nas barbas do governo federal, próximo ao Congresso Nacional, e não nas paragens longínquas do Amapá, Rondônia etc. – crianças para se deslocarem à escola têm que caminhar em estradas empoeiradas por cerca de cinco quilômetros até o ponto onde se encontra uma passarela de madeira, em péssima condição e intransitável a qualquer veículo, para poderem tomar o ônibus que as levará à escola, e isso se repete diariamente na volta das aulas.
Pois bem, uma das crianças, de seis ou sete anos, se manifestou de forma melancólica e disse:“A gente é criança e cansa muito andar na poeira para ir à escola”. Ora, Isso punge o coração de qualquer cidadão, mas, certamente, não abala o empedernido político brasileiro. Então, aquela ponte toda deteriorada, de conhecimento das autoridades distritais, único acesso possível das crianças à escola, jaz sem conserto há muito tempo, sem que o poder público tivesse a gentileza e o respeito constitucional de mandar restaurar imediatamente aquela passarela. Não fosse a contestada mídia nacional denunciar a situação, a autoridade pública não teria imitido informação de que iria tomar as providências cabíveis. Assim, para que servem os políticos e administradores eleitos, que negligenciam assistência contínua aos cidadãos brasileiros responsáveis por suas eleições e não se preocupam com os problemas internos de suas regiões?
É simplesmente lamentável presenciar que os senhores políticos, depois de eleitos, dão uma banana ao eleitor, trancam-se em seus gabinetes refrigerados, fingem visitar as suas bases eleitorais ou ficam em intermináveis discussões no recinto do Parlamento, não tratando de assuntos sociais, mas de fisiologismos ou de outros interesses inconfessáveis, enquanto os graves problemas sociais continuam a pulular sem solução no Brasil.
A “ponte quebrada” da zona rural de Brasília é apenas um exemplo negativo da incompetência, da negligência e do desrespeito da classe política para com a sociedade. No caso em questão, fica evidente o desinteresse dos políticos distritais em saber o que está ocorrendo dentro de seu próprio território de atuação. Mas isso, infelizmente, é uma prática corrente no Brasil.
Assim, pergunto a todos os representantes distritais e demais políticos no Congresso Nacional: por que “pontes quebradas” e outros que tais pertinentes, que dificultam a vidada dos cidadãos, são sempre relegadas e tratadas com menoscabo pelos senhores políticos? Respondam!
Júlio César Cardoso Bacharel em Direito e servidor federal aposentado Balneário Camboriú-SC

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