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domingo, 15 de julho de 2012

Estudo propõe que ricos emprestem para governos em crise

DER SPIEGEL
Um importante instituto de pesquisa alemão apresentou sexta, 13, um relatório de estudo oferecendo uma maneira de ajudar países envolvidos na crise do euro a saldar suas dívidas soberanas: fazer os cidadãos das faixas de renda mais altas pagarem impostos mais altos, ou obrigá-los a emprestar dinheiro para seus governos.
“Em muitos países, os níveis da dívida soberana aumentaram consideravelmente, e, ao mesmo tempo, temos também quantidades muito altas de ativos privados que, tomados em conjunto, superam consideravelmente as dívidas nacionais totais de todos os países (da zona do euro)”, disse Stefan Bach, do Instituto Alemão de Pesquisas Econômicas (DIW), em Berlim, numa entrevista para a publicação semanal do instituto.
Para estabilizar as finanças dos países e reduzir sua dívida soberana, os Estados poderiam sair atrás desses ativos privados, disse Bach, que foi o autor do estudo do DIW.
Empréstimos forçados
Isso poderia ser feito, argumentou Bach, seja pela emissão de um imposto cobrado uma única vez que poderia ser saldado ao longo do tempo, ou pela combinação desse imposto com um empréstimo forçado que os ricos fariam aos governos.
A depender do progresso feito pelo país em consolidação, esses empréstimos poderiam ser saldados posteriormente, e com juros. Quando não for esse o caso, disse ele, o total se transformaria então num imposto sobre as fortunas.
Na Alemanha, os 8% mais ricos da população adulta seriam afetados pela proposta. No cálculo da contribuição obrigatória, todos os bens de um indivíduo, incluindo imóveis e ativos comerciais, seriam considerados.
Segundo a proposta do instituto, seria concedido um desconto pessoal de 250 mil euros (US$ 230 mil) para indivíduos e 500 mil euros para casais casados.
O instituto acredita que 10% do imposto cobrado uma vez ou do empréstimo forçado sobre os ativos acima disso poderiam gerar cerca de A 230 bilhões, ou 9% do Produto Interno Bruto, e poderiam trazer o país mais perto da meta do Tratado de Maastricht de ter uma dívida pública nacional não superior a 60% do PIB, argumentou Bach. Atualmente, a dívida da Alemanha está em aproximadamente 80% do seu PIB.
A proposta foi criticada ontem por alguns colegas economistas alemães de Bach. Friedrich Heinemann, um economista no Centro de Pesquisas Econômicas Europeias, disse ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung: “Isso seria uma enorme intromissão nos direitos de propriedade e provavelmente não seria permitido pela legislação alemã”. Bach disse que o conceito se aplicaria bem não só à Alemanha, mas também aos vizinhos meridionais assolados pela crise da zona do euro.
“As estatísticas mostram que existem na Grécia, na Espanha e na Itália ativos privados substanciais cujo valor é consideravelmente maior que as dívidas soberanas dos respectivos países”, disse ele. /TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK  - http://www.jt.com.br/seu-bolso/

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