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domingo, 10 de junho de 2012

Prisão de Cachoeira desacelera economia de cidade goiana

A prisão do contraventor Carlinhos Cachoeira causou uma desaceleração na economia de Anápolis (GO), cidade a 50 km de Goiânia onde Cachoeira iniciou seus negócios na área de jogos eletrônicos. Segundo reportagem deste domingo do jornal O Estado de S.Paulo, a população do município lamenta o dinheiro que deixou de circular depois que os bares que tinham máquinas de jogos fecharam e muitas vagas de emprego foram eliminadas. A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Anápolis calcula que o comércio teve uma queda de 30% nas vendas nos últimos três meses.
Depois da prisão de Cachoeira, a Polícia Civil de Goiás apreendeu 1.801 máquinas caça-níqueis na região. Segundo o jornal, muitos estabelecimentos - como açougues, padarias e salões de beleza - pagavam suas despesas com a arrecadação das máquinas, que ficavam escondidas no fundo das lojas e rendia 10% a 15% do faturamento para os comerciantes. A Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, também resultou no fechamento de bares e lanchonetes que lucravam com os jogos.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.

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