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sábado, 9 de junho de 2012

Por som alto, motorista terá de pagar indenização a entidade de surdos

Determinação da Justiça obrigou um motorista de Viradouro --pacata cidade de 17 mil habitantes a 398 km de SP-- a pagar indenização por ter deixado o som de seu carro em volume alto.

A acusação é do advogado Dirceu Rosa Abib Junior, 48, contra Marcos Aurélio Zacarias, 28. Segundo ele, o motorista ligou, em pelo menos três vezes, o som alto o suficiente para atrapalhar seu trabalho --ele tem um escritório de advocacia vizinho à residência de Zacarias.

"Em uma das vezes, eu estava com um cliente e precisei cancelar o encontro, porque não conseguia ouvi-lo nem ele a mim devido ao barulho", disse o advogado.

Após ouvir a reclamação do som alto por duas vezes, diz Abib Junior, o motorista concordou em não mais fazer barulho com o aparelho.

Apesar disso, segundo o defensor, Zacarias voltou a ligar o som alto. Dessa vez, porém, além de registrar uma ocorrência na Polícia Militar, o advogado foi à delegacia para que a reclamação se transformasse em um termo circunstanciado. Assim, o caso virou processo na Justiça.

Zacarias deverá pagar duas cestas básicas ao asilo local e mais um salário mínimo à Apas, uma entidade ligada a pessoas com deficiência auditiva em Viradouro.

"É extremamente pedagógico, para que as pessoas respeitem o sossego alheio e também pelo fato de a intervenção do Judiciário ter permitido que de um abuso saísse um benefício a essas entidades", afirmou o defensor.

De acordo com ele, não cabe recurso porque o motorista assinou um acordo para pagar a indenização.

OUTRO LADO

A reportagem tentou falar nesta quinta-feira com Marcos Aurélio Zacarias em sua casa, mas ele não estava. Por telefone, a mãe do rapaz, a aposentada Isolina Rua Zacarias, 63, negou que o filho tenha deixado o carro com som alto para perturbar os vizinhos.

Segundo ela, o rapaz trabalha na madrugada e, ao chegar, apenas descansa. "Ele não tem esse costume de ouvir som alto, até porque trabalha a noite inteira. Naquele dia [da acusação do vizinho, em setembro], ele só estava limpando o carro."

A família de Zacarias afirmou à Folha que sabia dizer se ele vai pagar a indenização nem tinha o contato do advogado que defendeu o filho no processo.

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