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sábado, 23 de junho de 2012

Comunidade se antecipa à polícia e tenta localizar restos mortais de Eliza Samudio

A carta anônima encaminhada anteontem a Sônia Fátima Moura, 44 anos, com supostas pistas sobre o lugar onde estariam os restos mortais da filha dela, Eliza Samúdio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, desaparecida em junho de 2010, foi entregue na manhã de ontem ao chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Wagner Pinto. O policial disse que inicialmente não serão feitas buscas no local indicado no impresso, uma área florestal no Bairro Planalto, na Pampulha, mas admite que as informações serão investigadas. Antes mesmo que isso ocorra, porém, a comunidade do entorno se antecipou e já procura por pistas.

A indicação dada na carta de que o corpo de Eliza Samudio foi jogado no Planalto mudou a rotina do bairro. Uma empregada doméstica, que pediu para não ter o nome revelado e trabalha há nove anos em uma casa na Rua Iracema de Souza Pinto, às margens da área de reserva florestal, contou ontem que desde que a história surgiu, o dia inteiro ela vê as pessoas entrando e saindo da mata. “Os curiosos chegam de carro ou a pé e atravessam um buraco na cerca procurando o tal poço”, disse a doméstica.

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Os amigos Lucas, 17; Mateus, 15; Breno, 15; e Gabriel, 15, alunos do primeiro ano do ensino médio do Colégio Santa Maria, no término da aula da manhã de ontem foram se aventurar na mata do Planalto, na esperança de encontrar o poço. “Combinamos tudo ontem à noite, assim que ficamos sabendo da história sobre o corpo da Eliza Samudio. O que a gente queria mesmo era tirar uma foto do lugar, mas não o encontramos”, disse Gabriel. Lucas disse que eles pretendem voltar ao local com uma turma maior, para procurar o poço. Segundo o jovem, a mata é fechada, de difícil acesso, com muito buracos e espinhos.

A mata citada na carta fica nos fundos de um convento, perto do Parque Municipal Lagoa do nado, onde inclusive já foram feitas buscas pelo corpo, com participação de bombeiros. Ontem, no local, ninguém quis falar sobre o assunto. Na entrada, um funcionário confirmou apenas que existe um poço que é de acesso livre à comunidade.



Telefonema
O advogado José Arteiro Cavalcante de Lima, que representa Sônia em Minas, anexou à carta enviada para a sua cliente um documento com informações sobre ligações telefônicas recebidas de uma mulher há três meses, indicando um poço na área de reserva florestal no Planalto como sendo o local onde jogaram o corpo da jovem. O lugar é o mesmo descrito na carta.

José Arteiro acredita que a mulher que fez as ligações é a mesma pessoa que escreveu a mensagem. Na carta, ela afirma ter sonhado com o nome da rua e o número, com uma passagem de acesso à mata, onde está o poço “grande e profundo” com os restos mortais. A área de mata fechada fica nos fundos de um convento.

“Na carta, a pessoa diz ter sonhado com o lugar, mas eu acredito que seja uma maneira de ela se preservar, por medo de ser morta, possivelmente, porque conhece um dos envolvidos na morte de Eliza. Já nos telefonemas, ela deu detalhes sobre a movimentação da execução da jovem e contou também que o local é usado como ponto de desova”, afirmou o advogado.

O delegado Wagner Pinto não quis dar muitas informações sobre o caso, mas disse que iria analisar o conteúdo da carta e do documento anexado escrito por José Arteiro. Conforme o chefe do DHPP, caso as informações sejam contundentes, ele poderá solicitar uma busca no local da denúncia.

Aqui - Estado de Minas

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