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segunda-feira, 23 de abril de 2012

No Dia da Terra, protesto contra alterações no Código Florestal

Um grupo de ambientalistas promoveu no fim da manhã de ontem (22), no Rio de Janeiro, um ato simbólico para marcar o Dia da Terra. Eles estenderam faixas e cartazes na areia da Praia de Copacabana em protesto contra a proposta de alteração do Código Florestal Brasileiro e a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Organizada pelo Comitê Fluminense pelas Florestas, com apoio do Grupo de Trabalho do Rio de Janeiro de Mobilização para a Cúpula dos Povos (GT Rio) e da organização não governamental (ONG) Greenpeace, a manifestação seria uma passeata pela orla de Copacabana. Mas, por causa da chuva que atinge a capital fluminense neste domingo, no entanto, o grupo decidiu transferir o protesto para a área em frente ao Hotel Copacabana Palace e marcar um novo dia para promover a Marcha pelo Meio Ambiente. A data da marcha ainda será definida.
Para uma das organizadoras do movimento, Elzimar Gomes da Silva, apesar de a chuva ter atrapalhado os planos iniciais do grupo, o protesto foi importante para alertar os cidadãos sobre essas questões. “Precisamos continuar a luta para mobilizar a população e mostrar que queremos um Código Florestal melhor, que respeite o campo. As manobras políticas e a maneira como o meio ambiente está sendo desconsiderado são questões relevantes. Do jeito que está, o código autoriza a ocupação em manguezal, em topo de morro e várias outras questões que são prejudiciais ao meio ambiente”, explicou.
A coordenadora do grupo de voluntários do Greenpeace no Rio, Vânia Stolze, que também participou do protesto, criticou a decisão do relator do novo Código Florestal, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), de retirar do texto aprovado pelo Senado o Artigo 62, referente às áreas de preservação permanente (APPs) às margens de rios, que, segundo o deputado, trata-se de um assunto que deve ser abordado em outro momento, por meio de projeto de lei ou medida provisória.
“É escandaloso ter a margem dos rios desprotegida. O Brasil precisa da sua água, toda a nossa geração de energia é feita praticamente a partir de hidrelétricas. As alterações propostas no relatório geram um retrocesso muito grande”, opinou. Vânia Stolze disse ainda que a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte é “muito preocupante” pelo impacto ambiental “sem medida” que gera.
“A energia elétrica que será gerada não vai favorecer o Sudeste, que é quem mais precisa no país, mas as siderúrgicas que estão instaladas lá perto. Além disso, há questões como o desvio do Rio Xingu e a retirada de um enorme volume de terra para a sua construção, que vão gerar desmatamentos e outras consequências sobre as quais nem temos noção”.
Vânia lamentou ainda que o Brasil não tenha resolvido essas questões antes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio 20. “Os ambientalistas estão muito desanimados porque, com a realização da conferência, o mundo todo vira os olhos para cá. O país pode se desenvolver, mas sem agredir tanto o meio ambiente”, disse. Da Agência Brasil

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