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sábado, 21 de abril de 2012

Brasil aceita contribuir com FMI mas mantém críticas

O Brasil participará do novo aumento de capital do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, persiste com as críticas à instituição e aos países europeus.

Os países ricos e emergentes do G20 se comprometeram nesta sexta-feira, em Washington, a aumentar os recursos de crédito do Fundo em mais de 430 bilhões de dólares.

A última contribuição extraordinária do Brasil ao Fundo foi de 10 bilhões de dólares, em 2009, uma medida histórica porque pela primeira vez o país se tornou credor do FMI.

Mas Mantega voltou a criticar o Fundo, em um discurso que fará no sábado diante do Comitê Monetário e Financeiro do FMI, e que já foi publicado no site da instituição.

A direção e os especialistas do Fundo "insistem em dar conselhos que ninguém solicitou" sobre os controles dos fluxos de capital que o Brasil pratica, critica Mantega.

Os membros do Fundo ainda não completaram o processo de redistribuição de poder a partir das novas cotas acordadas em 2010, o que está prejudicando os países emergentes e deixa em dúvida a credibilidade do FMI, ataca Mantega.

"A resistência que alguns países estão demonstrando no momento de acatar os acordos a que chegamos (...) é profundamente prejudicial para esta instituição e para a própria credibilidade destes países".


No duro discurso, Mantega retoma os argumentos que fizeram do Brasil um dos membros mais importantes do G20, o grupo de países ricos e emergentes.

"O FMI tem dado um forte respaldo às políticas monetárias em países avançados, incluindo as recentes medidas adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE), mas tem sido mais resistente a apoiar as medidas defensivas que algumas economias emergentes se veem obrigadas a adotar em resposta ao impacto destas políticas".

O FMI aceitou pela primeira vez, no ano passado, que os controles de capital possam ser uma solução para a instabilidade que geram, e o Brasil tem toda a intenção de seguir aplicando suas políticas de defesa do real, acrescentou.

O Fundo aceitou uma reavaliação das cotas e da representação em seus órgãos de direção após a crise de 2008 e das contribuições extraordinárias feitas pelos países membros, recorda Mantega.

As reformas deveriam, a princípio, ser aplicadas até o fim do ano, e o tempo está acabando, advertiu Mantega.

A crise financeira de 2008 colocou o peso da recuperação econômica nos ombros dos países emergentes e é hora de prestar contas, disse Mantega.

"Não devemos reinventar a roda. O relativo peso (das economias mundiais) é medido melhor em porcentagem no Produto Interno Bruto (PIB) mundial".

A cota calculada para o Brasil é equivalente à da Holanda e inferior à da Espanha, criticou Mantega.

A Espanha conseguiu um modesto aumento de sua cota no Fundo depois das discussões de 2010.

"A cota da Espanha, por incrível que pareça, é maior que a soma total das cotas de todos os 44 países da África Subsaariana", lembrou. Da AFP Paris

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