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sexta-feira, 2 de março de 2012

Sobre preconceito, enxergar pelo em ovo e maldade

Tudo agora é preconceito. Se você olha torto para alguém, mesmo sem intenção (as vezes é um cisco no olho), já é acusado de preconceito. E pode ser por qualquer razão – cor, sexo, credo, renda etc.
Não importa, hoje todos são vítimas. Vítimas por ser alvo do preconceito, vítimas por ser o preconceituoso.
Sim, quem comete o preconceito também pode ser vítima.
O cuidado redobrado com o que fala ou faz é essencial para evitar que a maldade veja um preconceito que não existe.
Muitas vezes não é essa a intenção. Você fala com inocência sobre determinado assunto, usa certa palavra, faz alguma menção e já é visto como a pior pessoa do mundo.
Todos hoje procuram o tal “pelo em ovo” e ninguém, nunca, sairá ileso. Por mais cuidado que você tome, em algum momento você vai falhar e será acusado.
Recentemente o Azeite Gallo lançou uma campanha nova sobre a embalagem com vidro escuro para proteger a óleo do sol. Uma das peças diz “O nosso azeite é rico. O vidro escuro é o segurança”.
Foi uma piadinha, gente, e a empresa já está sendo acusada de racismo. Os comediantes de stand up pegam mais pesado e ninguém se importa – a não ser que seja com o Rafinha Bastos, que já tem uma marca na testa dizendo “me processe”.
Se a gente analisar sem pensar em racismo, a ideia do trocadalho tem sentido. O azeite tem um grande valor (Rico), tudo o que tem valor precisa de segurança, os seguranças que conhecemos e que respeitamos, inclusive, são aqueles negões de dois por dois que não precisam nem falar para que a pessoa saia andando e pedindo desculpa por existir.
E sim, eu falei negão, alguém vai me processar por isso? Tenho grandes amigos afrodescendentes e eles não se importam quando os chamo de “negão, pretinho, moreno etc”. Aliás, na minha época, isso não gerava tanto stress quanto de uns anos pra cá. Inclusive, a camiseta do orgulho da raça não diz “100% afrodescendente”.
Já ouvi casos de pessoas que se controlam para não soltar o clássico “que bichona”, quando tem um homossexual no grupo, por medo de ser mal interpretado. Mas também já um gay chamar um hétero de “viado”. E aí? O pessoal está errado em não falar um termo que é comum, sim, na nossa cultura, ou o gay já pode ser apedrejado?
Se um crente fala da sua religião, apenas por falar, um ateu já acha que é um ataque direto a ele. Se um ateu diz que este é o seu orgulho, já surgem piadas sobre “ser ateu, graças a Deus”. Onde fica o respeito?
A maldade está na cabeça de quem vê e nos últimos tempos todos andam tanto na defensiva que tudo já é motivo de dor de cabeça, processos e estresses.
Quando chegará a hora que as pessoas irão levar a vida com mais calma? E vou além. Quando chegará a hora que as pessoas irão interpretar o contexto para entender se foi realmente maldade ou não? Falta tranquilidade e sobram explosões temperamentais por uma análise superficial do que foi dito/feito. De http://www.tramadopormulheres.com.br/

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