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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Brasileiro recorre cada vez mais aos ‘Pereirões’

SUZANE G. FRUTUOSO
Não é só quem compra um imóvel novo que tem esperado meses para receber o local como sonhava. Reformar ou mesmo realizar pequenos reparos se tornou uma dor de cabeça além do normal. Com maior renda, muita gente quer fazer melhorarias onde mora. Mas profissionais autônomos estão sendo absorvidos pela construção civil como nunca. Por isso, achar um pedreiro disponível nos próximos três meses, por exemplo, é um desafio.
A demanda é a mina de ouro de empresas que nasceram justamente de olho nesse gargalo. Especializadas em manutenção, elas são os “Pereirões” do dia a dia, numa referência à personagem da atriz Lilia Cabral na novela Fina Estampa, que inaugurou uma firma na mesma linha.
Os “Pereirões” crescem 40% ao ano, acima dos 15% de expansão do setor de construção civil. “Fui reformar meu apartamento e me deparei com a dificuldade de contratar profissionais comprometidos. Percebi que mais pessoas sofriam com problemas semelhantes”, diz David Pinto, presidente e fundador da Doutor Resolve.
Iniciada em outubro de 2010 em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, a marca hoje tem 430 franquias pelo Brasil, emprega mais de 4 mil pessoas e faturou R$ 200 milhões ano passado. “O objetivo é fechar 2012 com 750 franquias. Mas eu precisaria, hoje, já de 1.500 lojas para atender a todas as solicitações”, diz. Os serviços oferecidos por essas empresas incluem elétrica, hidráulica, colocação de gesso, de azulejos, pintura, alvenaria, marcenaria, jardinagem e chaveiro.
Por reunir tantas possibilidades, a médica Mariana Botelho, de 29 anos, percebeu que seria prático contratar alguém que fizesse tudo o que ela precisava de uma vez só no apartamento, principalmente depois dos aborrecimentos com outra reforma que enfrentou há pouco mais de um ano. “Foi um inferno. A pessoa que contratei levava um dia inteiro para pintar três batentes de janelas”, lembra. Dessa vez, ela jogou no Google “Pereirão”.
“Em quatro dias a obra estava pronta”, conta ela. Mariana pagou R$ 1.160 para pintar paredes, refazer o rodapé, colocar box, trocar chuveiro, arrumar o teto do banheiro e fixar uma divisória na cozinha. “A equipe era educada e sempre uniformizada.”
Em geral, as empresas de reformas e reparos cobram até 25% a mais pelo serviço prestado na comparação com autônomos. “Mas nossa equipe tem carteira assinada, as obras são supervisionadas por arquitetos, com garantia de qualidade e tempo de execução”, diz Alexandre Ortega, fundador da Praquemarido, que surgiu em 2003 e reúne 48 lojas. A previsão é inaugurar outras 118 unidades até o fim do ano. Como David, ele percebeu que poderia crescer num “segmento complicado, que não entrega o que promete”.
A expansão indica uma profissionalização do setor. “Até os autônomos estão sendo exigidos como nunca. Muitos já emitem nota fiscal”, diz Zan Quaresma, diretor do Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo. A informalidade diminui porque o cliente aprendeu a pedir garantias pelo serviço. “Ainda não é a regra, mas uma tendência.” Zan diz que vale pagar a mais pelo serviço das empresas. Qualquer erro, elas respondem civil, técnica e criminalmente. De http://www.jt.com.br/seu-bolso/

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