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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

116 cidades em situação de emergência representam 34% da população de MG

Betim decretou estado de emergência e agora espera que recursos para reconstrução sejam agilizados (Edesio Ferreira/EM/D.A press)
A pequena Acaiaca, na Zona da Mata, sofre pelo segundo ano seguido com os temporais. Com danos na infraestrutura e moradores desalojados, o município foi um dos primeiros a decretar estado de emergência na atual temporada de chuvas, na esperança de facilitar a assistência e acelerar obras de recuperação. A lista não para de crescer: nessa segunda-feira, chegou a 116 cidades. No total, são 6,8 milhões de pessoas vivendo em localidades em urgência – o equivalente a 34% da população do estado. O número dá a dimensão dos estragos provocados pelas águas, mas tanto em Acaiaca como na maior parte do estado a declaração de estado de emergência não tem servido para resolver problemas estruturais.A cidade da Zona da Mata – região mais afetada, com 44 municípios em emergência – recebeu ajuda humanitária depois do decreto. Foram enviados colchões, cestas básicas e cobertores, mas o município ainda espera pela liberação de recursos relativos a danos ocorridos no ano passado. “Conseguimos apoio importante da Defesa Civil, com cobertores, cestas básicas e kits de higiene. Mas esse caos se repete todos os anos e os problemas mais graves acabam ficando para depois”, diz o secretário de Planejamento do município, Valdo Camilo Gomes. Segundo ele, os projetos para recuperação de áreas degradadas pela chuva do ano passado foram preparados em julho, mas as verbas não foram repassadas.

“Ano passado o deslizamento de uma encosta fez com que duas escolas fossem interditadas e um ano depois os alunos continuam estudando em uma casa alugada e um prédio da prefeitura, ambos improvisados”, diz Valdo. O exemplo de Acaiaca ilustra o drama de outras cidades mineiras. Em Conceição do Pará, no Centro-Oeste do estado, a expectativa é que a liberação de verbas para obras seja feita assim que os projetos forem aprovados. O prefeito José Cassimiro Rodrigues afirma que projetos foram finalizados e pretende fazer novas cobranças aos governos federal e estadual. “Recebemos apoio humanitário, mas por enquanto ainda não recebemos nada para a reconstrução”, afirma.

Falta de preparo Apesar da reclamação de prefeitos, um dos problemas apontados para a dificuldade em enviar recursos e prestar assistência é a falta de preparo das administrações municipais para elaborar projetos e aparelhar os órgãos locais de defesa civil. Em pelo menos 157 cidades não há Defesa Civil municipal. Apesar do aumento do número desses órgãos nos últimos anos – em 2004 eram pouco mais de 300 e hoje são 696 –, o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Luis Carlos Martins, ressalta que o importante não é apenas a quantidade, mas a capacidade de atuação dos técnicos.

“Além de criar as novas defesas civis municipais, é preciso estruturá-las, com as prefeituras mapeando as áreas de risco de cada cidade e com um trabalho permanente de planejamento e prevenção”, diz Martins. “Dos municípios em estado de emergência, mais de 40 estão na Zona da Mata e a maioria conta com Defesa Civil, no entanto, a demanda esse ano foi muito acima do esperado, o que cria uma situação bastante complicada”, acrescenta.

O coordenador da Defesa Civil Estadual defende ainda que a necessidade de obras estruturais de grande porte deve ser estudada em períodos anteriores às situações de urgência, com foco maior na prevenção dos locais de risco. “Agora estamos enfrentando a emergência, trabalhando para garantir as condições mínimas para a sobrevivência nesses municípios. Algumas prefeituras que se interessam agora não se prepararam. Neste momento não temos como começar grandes obras ou até mesmo avaliar os danos totais de cada lugar”, afirma. De http://www.em.com.br/

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