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terça-feira, 18 de outubro de 2011

É BRASIL MESMO! >Em estado gravíssimo, paciente aguarda há nove dias leito de UTI em Alagoas

Carlos Madeiro/Especial para o UOL Notícias/Em Maceió
Vítima de uma perfuração no pulmão após uma agressão a faca, o paciente Jéferson Santos Almeida, 45, espera há nove dias por uma vaga de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do HGE (Hospital Geral do Estado), referência no atendimento de emergência em Maceió (AL). Entubado após uma cirurgia no último dia nove, quando recebeu atendimento de urgência, ele segue internado na sala de espera do hospital por conta da falta de leitos.
O HGE confirmou ao UOL Notícias que o paciente precisa de internação na UTI para ter mais chances de sobrevivência, mas alega falta de vagas no hospital e em outros hospitais de Alagoas. Segundo os médicos informaram à família, o estado de saúde de Almeida é considerado gravíssimo.
A filha do paciente, Cristiane Eveline Santos, 27, informou que o HGE teria escondido durante os sete primeiros dias após a cirurgia o verdadeiro local onde o seu pai estava internado.
“Ele saiu do centro cirúrgico com um dreno torácico e entubado, mas em momento algum passou pela UTI. Nós só conseguimos vê-lo no domingo [16], mas até lá ninguém havia informado que ele não estava na UTI porque não havia vaga.
Se nesses primeiros dias ele tivesse morrido, diriam que a causa da morte seria qualquer coisa, menos falta de vagas na UTI”, disse a filha, que mora em São Paulo e viajou a Maceió para acompanhar de perto o luta do pai pela vida.
Segundo Cristiane, o médico que acompanha Almeida informou à família que, devido ao período de cirurgia, o paciente precisa ser desentubado para tentar respirar sem aparelhos, mas relatou que o processo “é muito arriscado” para ser feito fora de uma UTI.
“Eles disseram que vão tentar desentubar na sala de recuperação, mas adiantaram que o risco é bem mais alto. O médico foi categórico ao dizer que as chances de sobrevivência onde ele está são mínimas. O HGE sempre nos diz que já tentou transferir para diversos hospitais, mas também não consegue vaga de UTI”, disse
A filha do paciente explicou que Almeida estava na porta de casa fumando, na noite do último dia 9, quando discutiu com um outro homem e acabou sendo esfaqueado, no bairro do Tabuleiro do Martins.
“As pessoas que estavam na rua correram para socorrê-lo, e o acusado fugiu. A gente não sabe bem o motivo da agressão, estamos preocupados em mantê-lo vivo.”

Sem leitos

Procurado pelo UOL Notícias, o HGE confirmou que não houve vacância nos leitos de UTI do hospital desde a internação de Almeida. Em nota oficial, a unidade explicou que, após a cirurgia, “o paciente permaneceu na sala de recuperação, aguardando um leito de UTI. Porém, devido à alta demanda de pacientes graves atendidos por este hospital, a UTI opera com sua capacidade total, mantendo-se com seus 14 leitos ocupados permanentemente.”
Apesar de admitir que precisa de um tratamento intensivo, “a direção ressalta que o paciente está recebendo todos os cuidados necessários para manter o estado clínico estável e assegura que, assim que possível, o paciente será transferido para um leito de UTI.” 
Na nota, o HGE não explicou os motivos na demora da transferência para outro hospital nem deu prazos para que isso ocorra.

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