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terça-feira, 10 de maio de 2011

Brasileiros gastam mais do que ganham

Com a expansão do crédito, 53% das famílias brasileiras tiveram em 2010 um gasto mensal acima da renda média no mês. É o que mostra pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (Apas). A renda mensal média nacional foi de R$ 2.146, e o gasto foi de R$ 2.171. Ao mesmo tempo, o índice de endividamento no período foi de 1%, o que, para especialistas, não é preocupante.
“O fato de as famílias gastarem mais do que ganham, até certo ponto, é normal, já que isso é atendido pelo crédito”, explica o professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite.
Além disso, os consumidores, segundo o diretor de economia da Apas, Martinho Paiva, tinham uma demanda reprimida por vários tipos de bens, como automóveis, residência, eletrodomésticos. O que está sendo resolvido agora com o acesso mais facilitado ao crédito. “As pessoas têm essa oportunidade agora e querem aproveitar”, acrescenta.
É uma questão de tempo até que os níveis de endividamento diminuam. “Esses 53% dos brasileiros estão aprendendo a usar o crédito agora. Acreditamos que esse déficit orçamentário vai ser coberto em breve. É um processo de aprendizagem”, prevê Paiva.
O problema é quanto custa o financiamento agora. “A alta taxa de juros – que deveria inibir o consumo – causa um custo muito alto da dívida”, completa. A taxa de juros do financiamento direto ao consumidor final foi de 45% ao ano em março. No mesmo mês de 2010 era de 41%.
“Ela subiu um pouco, mas não suficiente pra inibir o consumo. Em janeiro de 2000 era 84% ao ano”, compara o professor Cláudio Felizoni, coordenador do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar-Fia). Isso significa que o consumidor ainda tem confiança e condições para continuar comprando.
A pesquisa da Apas também apontou um crescimento de 16% das classes D e E em 2010 como consumidoras nos supermercados, ante o ano anterior. Enquanto que as classes C e AB avançaram 13% no período. “Os consumidores das classes D e E vão migrar de patamar. E o setor já se prepara para receber esse aumento na demanda”, diz Paiva, da Apas. Os novos consumidores impulsionaram as vendas principalmente de bebidas alcoólicas, não-alcoólicas e produtos perecíveis.
Desde 2004, 30 milhões de pessoas emergiram das classes D e E (abaixo de quatro salários mínimos), para uma posição da faixa intermediária C (entre quatro e dez salários). “Antes de a inflação começar a subir, essas pessoas tiveram um aumento real nos seus salários, o que justifica o crescimento da massa de consumo”, analisa Felizoni.De http://www.jt.com.br/

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